sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Coração apertado

Outro dia, postei no facebook que a volta ao trabalho trazia várias surpresas: calça apertada, sapato apertado, blusa apertada. Foi quase uma deixa para o comentário que veio logo a seguir: "o pior é coração apertado".

Parei para refletir.

O meu processo de adaptação à creche (e me refiro ao meu processo) foi muito mais suave e tranquilo do que eu imaginava. E a Marina também está totalmente adaptada, o que é fundamental para mim. Não senti culpas, medos ou inseguranças, como eu tinha quase certeza que sentiria. Encarei tudo isso como uma etapa normal da vida de mãe e filha, sem sofrimento.

Quando digo que a pequena está na creche, muita gente me responde: "Tadinha!" Ainda não entendi por que ela é tadinha. Ela gosta, come bem, dorme bem, brinca, tem aula de música, de psicomotricidade, se diverte, interage com outras crianças. E, quando busco ela (seja às 14h ou às 17h), ainda passamos o resto da tarde juntas, seja dando uma passeio na Lagoa, indo para a nossa aulinha, brincando em casa. Então, de coitada minha filha não tem nada. E nem eu de culpada! Trabalho, mas passo tempo com ela. E valorizo ao máximo esses momentos!

Confesso que meu coração não fica tão apertado, pelo menos não tanto quanto a minha calça. A situação tá periclitante!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Hora do almoço

Esse fim de semana, foi a vez de inserir o almoço na alimentação da Marina. À medida que ela vai evoluindo, eu vou tendo coragem de ir inovando e acrescentando novos itens e novas refeições.

Começamos com o trio parada de sucesso: batata baroa, chuchu e cenoura. Cozinhei tudo numa panela de água, sem sal. Para tentar dar uma animadinha, coloquei louro e tomilho (um bouquet garni incompleto e sem saquinho de filó, tudo direto na água mesmo). Fiz cada legume em separado, já que eles têm tempos de cozimento diferentes. Pronta a cenoura, a batata foi para a água. Pronta a batata, foi a vez do chuchu. Deixei o mais sem graça para o final, assim ele já pegaria um gostinho de tudo que tinha passado pela panela.

Ainda tenho medo de amassar a comida com garfo e deixar pedaços que a Marina não consiga engolir e acabe engasgando. (Uma das coisas a que tenho mais horror é engasgo de bebê!) Então, meu amigo inseparável nesse momento papinha tem sido o mixer. Uso a "função" mini-processador. Coloquei um legume de cada vez. Resultado: um purê de batata baroa, um de cenoura e um mais líquido de chuchu (que, naturalmente, tem muita água e, por isso, ficou mais aguado mesmo). Foram duas colheres de sopa de cada purê, em separado, no mesmo pratinho. Eventualmente, eles acabaram se misturando, mas acho muito importante a criança aprender a perceber e distinguir o sabor e a cor de cada legume, saber qual é qual e, aí sim, definir do que gosta e do que não gosta.

 *** DICA 1: A batata baroa é muito viscosa e densa. Uma boa é colocar um pouco da água do cozimento na hora de bater. No sábado, não botei e foi o legume mais difícil de descer. No domingo, coloquei e melhorou.

*** DICA 2: Uso o mixer para tudo, até para as papinhas de fruta. Vai raspar maçã? Nada disso, vai tudo pro mixer. Agora, algumas coisas são um pouco mais difíceis de bater. Nesses casos, é só colocar um pouquinho de líquido. Mas é um pouquinho mesmo, nada a ver com o liquidificador. Quando fui bater a maçã para o lanchinho da manhã de sábado, coloquei um jorrinho de água de coco. Na hora da pêra foi a mesma coisa. Delicious!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A alimentação e a pediatra

Acho que ainda não falei da minha pediatra aqui. Vou ser breve.

Ela é de plano, ponto positivo para o bolso. Mas não amo, nem odeio. Ela nunca errou em nada com a Marina e sempre foi carinhosa ao examiná-la. Por outro lado, tem um tendência irritante a small talk, tipo: "vai chover o fim de semana todo" ou "viu a novela ontem?". E também não lembra as coisas da pequena, nem consulta a ficha, já que deve estar tudo lá, tipo: "ela ainda está só no peito?", "ah! É leite. Que leite?".

Aí, chegou a hora de começar a comer. E ela disse para começar tudo junto: colação (suco + fruta), almoço (legumes + carne), lanche (fruta + suco) e jantar (legumes + carne). Além disso, a mamadeira da manhã ainda poderia ser batida com uma fruta. E, antes de dormir, uma mamadeira caretinha.

Não preciso nem dizer que eu enlouqueci diante dessa perspectiva, né?! Imagina só... O melhor é nem imaginar. Deus me livre e guarde! Em paralelo, num timing perfeito, descobri um livro que eu simplesmente adorei. Se chama "Aventuras gastronômicas de uma mãe de primeira viagem", da Patricia Smith, do site Mundo Ovo.

No livro, a Patricia não fala em idades, mas em etapas. A etapa do suco, da fruta, da almoço, do jantar, da carne. E por aí vai... Confesso que achei todo o processo bem mais friendly, mais lógico, mais fácil. (Não que eu não esteja disposta a me sacrificar pela minha filha. Só não acho que esse seja um sacrifício necessário. Tem outros mais importantes!)

Além disso, na creche, o lanche da manhã é só suco e o da tarde só fruta. De que adianta eu acostumar a minha filha com uma coisa se, na creche, vai ser diferente? Preferi começar do mesmo jeito que vamos continuar e não criar padrões diferentes em casa e na escola.

Resultado: se eu já quase enlouqueci do jeito que foi, pensar que poderia ter sido pior (muito pior) me deixa bem tranquila!

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Vida boa

As pessoas adoram dizer que bebê tem a maior vida boa, só come e dorme. Pobres bebês, nada disso!

Para começo de conversa, eles choram, choram, choram e, às vezes, a gente não entende o que eles querem. Imagina a angústia de você tentar dizer alguma coisa e ninguém te entender...

Depois, além de comer, dormir e chorar, os bebês fazem praticamente uma pós-graduação por dia. Eles aprendem tanta coisa, absorvem tanta informação, recebem tantos estímulos todos os dias, que, às vezes, parece que dá até para ver as engrenagens da cabecinha funcionando. Imagina só tudo que eles aprendem em apenas dois anos? Duvido que você desse conta!

É por isso que, cada vez mais, vejo como é importante ouvir o que o bebê tem a dizer, por mais difícil que seja entendê-los, por mais que um choro possa ser irritante e angustiante, por mais que, às vezes, a nossa vontade possa ser ignorar a deles. Vida boa, coisa nenhuma. Do ponto de vista do bebê, eles são super atarefados, verdadeiros multitarefas.

Então, filha, se eu não te entender, não foi por falta de tentativa, tá?!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A evolução da alimentação

Nossa, choquei agora! Fui procurar no blog o dia em que começamos com a papinha aqui e descobri que já faz três semanas. Uau! Três semanas depois, fizemos um avanço considerável e aquele desespero inicial já passou.

O início da alimentação me lembrou bastante o primeiro mês de vida da Marina. Você tem que ceder em tudo! Tudo é muito novo e você fica 100% em função disso. Tínhamos que calcular o horário das nossas saídas ou do nosso almoço totalmente segundo os horários dela. Outra coisa muito importante para mim foi, finalmente, me acertar com os horários. Agora, já tenho um cronograma perfeito, que segue o horário da creche e da Marina. São seis refeições ao dia, sendo três mamadeiras (café da manhã, jantar e ceia). Antes de introduzir o jantar, vou esperar mais um pouco. Acho que vai ser no ano que vem. Quero que as outras refeições já estejam fluindo bem, com tudo correndo às milhares maravilhas antes de acrescentar mais um fator complicador a uma equação já complexa!

Outra coisa que foi fundamental para o nosso sucesso alimentício foi a aquisição do cadeirão. Eu era bem reácia à ideia. Não queria e ponto final. Achava que ia poluir a minha sala, ocupar o maior espação (o que é bem verdade) e acreditava que aquele bumbo daria conta do recado, mas não deu... Era muito incômodo. Quando a Marina começava a dar coices, tentando sair da cadeirinha, eu não sabia se ela estava reclamando da comida ou da cadeira, mais um fator para alimentar a minha ansiedade! Então, cortamos o mal pela raiz. Cadeirão comprado, sucesso garantido!

E, aos poucos, também vou começando a controlar meu nervosismo. Às vezes, sou recompensada com um bocão aberto, língua para fora, acompanhado de um gritinho de "quero mais". Foi assim com a pêra, com a manga, tudo delicioso!

Já vejo luz no fim do túnel. O fim das refeições não são mais um deus nos acuda e nos mande para o banho agora! Já basta dar uma lavadinha nas mãos e na boca e a Marina está pronta para a próxima refeição, sem nem trocar de roupa. 


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O sucesso do brinquinho

Antes de alcançar o sucesso, percorremos um árduo caminho. Para começar, 98% das bebês meninas colocam brinco no primeiro mês de vida. Pelo menos, todas as mães com quem falei colocaram brinco nas suas filhas ainda no primeiro mês. Dizem que a cartilagem ainda é mais molinha e os bebês sentem menos dor. Então, isso me deixava um pouco sem parâmetro, já que a Marina seria a única a colocar brinco com mais de cinco meses.

Tem duas opções.
1) Chamar uma enfermeira em casa. Ela fura a orelha com o próprio brinco, passando uma pomadinha de lidocaína antes, para anestesiar e "adormecer" orelha.
2) Fazer numa clínica especializada em vacinas, que usa um aplicador (alguns chamam de pistola, mas não tem nada a ver com uma pistola, pelo menos não com a que eu usei para furar a orelha, burra velha, aos 14 anos!). Eles não usam a pomadinha, vai a seco mesmo.

Chamei a enfermeira, passei a pomada uma hora antes e levei bolo...
No dia seguinte, peguei a Marina na creche, passei a pomada e fomos direto para a clínica, em Ipanema.
A hora de marcar onde ia ser o furo foi bem complicada. Ela não parava quieta. Já na hora de fazer o furo, nem se mexia. Nem na hora em que a moça apertou o aplicador. Não teve um choro, um berro, um gritinho, uma lágrima. Sucesso puro!


terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A crise da adaptação


Antes de sequer pensar em colocar a Marina na creche, tive uma conversa com uma amiga. Foi um papo ótimo, que me abriu os olhos e a cabeça. Ela estava me contando sobre a adaptação do seu filho à creche. Disse que ele só chorava, chorava, chorava. Que não ficava numa boa de jeito nenhum. E ela continuou tentando, insistindo. Segundo ela, insistiu por tempo demais.

Quando me disse isso, fiquei pensando quanto tempo seria tempo demais. E resolvi perguntar. Quinze dias! Na hora, achei pouco. Como ela poderia saber, em apenas quinze dias, que não ia dar certo? Mas é aí que entra o xis da questão.

É o mesmo que acontece quando entramos para uma faculdade. Ainda existe o preconceito “senso comum” de que é um absurdo mudar de faculdade, por mais que você não esteja gostando. Tem que ir até o fim! E a gente pensa assim mesmo, embora ninguém queira admitir. “Poxa, escolhi a melhor creche para o meu filho e ele só chora!” O problema não é da creche, é da criança. Certo? Errado! O mais importante é ouvir aquela criança que ainda não sabe falar e respeitar a opinião dela. Se ela não gostou, não tem jeito, é melhor escolher outra.

Você sempre sonhou que seu filho estudasse naquela creche, até fez a matrícula quando ainda estava grávida. Só que ele não gostou. Paciência, troca! A escolha da creche tem que ser feita por toda a família, pais e filhos. Não é só porque você amou aquele lugar que seu filho também tem que gostar. Não é só porque seu outro filho gosta de lá que o segundo também tem que gostar.

E que bom que eu tive essa conversa antes de começar meu processo de adaptação na creche. Assim, já estava pronta para mudar a minha escolha, caso a primeira opção não desse certo. Gracias, Carol!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A adaptação


Como eu já disse, tem gente que acha um absurdo colocar o bebê tão pequenininho na creche. Preferem esperar a criança crescer, se desenvolver mais e chegar a um ano. Eu também pensava assim, né... Agora, nada como fazer adaptação com um bebê de cinco meses!

No primeiro e segundo dias, ficamos duas horas lá, no berçário, a Marina interagindo com as berçaristas e eu, num canto. No terceiro dia, foram as mesmas duas horas, mas eu já fiquei sentada lá embaixo, na recepção. No quarto e quinto dias, ela ficou o período todo (cinco horas, a princípio) e eu fui passear. Num dia, fui até o shopping da Gávea e, no outro, levei o laptop e fiquei fazendo mil coisas na Casa Carandaí, ali perto. Eu fiquei tranquila, uma leve vontade de voltar logo e ver como ela estava. Já a Marina... Só não digo que ela mal tomou consciência da minha ausência porque, quando eu voltei para buscá-la, ela abriu o maior o sorrisão para mim!

E foi isso. Fim da história! Quem achou que pudesse ser tão simples? Sem choro, nem lágrimas, nem dela, nem minhas!

domingo, 2 de dezembro de 2012

A minha creche


Quando se trata do filho da gente, nada é fácil, né?! Então, depois de decidir que eu não deixaria a Marina em casa com babá, era hora de cair no mundo e encontrar a creche ideal. Desde o início da minha busca, consegui controlar minha expectativa e manter os pés no chão. Em nenhum momento quis encontrar a creche perfeita. Queria que fosse apenas o lugar ideal para ela e para mim.

Atravessei a rua e visitei a primeira creche. Estava totalmente inclinada a colocar a Marina na Atchim. Fica a menos de 10 metros da minha casa e seria uma comodidade enorme. Depois, ainda fui à Andrews Baby, Palmo e Meio, Jardim Botânico Educação Infantil e CEL.

A Andrews Baby é toda lindinha, uniforme lindinho, casa lindinha. O preço um pouco acima da média. Mas impliquei. Impliquei com a maneira como uma das berçaristas cuidava das crianças e impliquei com a menina que me recebeu (ela era perfeita demais!). Na Palmo e Meio, fui super recomendada. Lugar bacana, pessoas bacanas, preço um pouco abaixo da média e só. Na Jardim Botânico, lugar ok, pessoas ok, preço um pouco acima da média. E, com isso, ficamos entre CEL e Atchim.

Fui duas vezes na Atchim. Fui duas vezes, em horários diferentes. Nas duas vezes, as crianças estavam todas dormindo nos bercinhos, juntas, ao mesmo tempo. A sala onde ficam os berços é escura, com musiquinha calma, e é quase proibido entrar. Eu também tinha que fazer silêncio e sair rápido para as crianças não me verem. Isso vai totalmente contra o que eu acredito ser o momento do cochilo. Em nenhuma das vezes que fui lá, vi os bebês usando a salinha de atividades. Posso ter tido azar, mas aí veio o CEL e me fez implicar ainda mais com a Atchim.

O CEL foi a única creche / escola que pedia para marcar horário para a visita. Não sei nem quantas pessoas me disseram que não fosse a creches que pediam para marcar horário. E, realmente, quase não fui, quase desisti. Mas, em cima da hora, achei falta de educação e resolvi ir. Sinceramente, como coordenadora da escola, acho muito melhor ter uma agenda com horários marcados para as visitas, assim é mais fácil se planejar para estar disponível, em vez de colocar qualquer um para receber o pai. Além disso, não imagino uma escola como o CEL dizendo: “Tá na hora da visita de uma mãe interessada no berçário. Arruma tudo aí que ela deve estar chegando! Limpa do nariz daquela menina e não deixa o outro chorar ou fazer bagunça.” Tenha dó, né?!

Quando entrei no CEL, tive mais ou menos a mesma sensação de quando visitei o nosso apartamento pela primeira vez, de “Droga, é isso! Tem uma creche na frente da minha casa, mas vou escolher essa daqui.” Adorei o espaço, adorei o berçário, adorei o clima da escola. Eu vejo a Marina lá com três anos, coisa que eu não via na Atchim.

Depois disso, já encontrei quatro pessoas que me disseram que amam o CEL, que o filho adora, que é ótimo. Claro que deve ter gente que odeia, mas essas eu ainda não encontrei.

A mãe leoa ou o pseudo assalto

Antes de mais nada, já explico que está tudo bem, não aconteceu nada comigo.

Semana passada, num fim de tarde de um dia lindo, fui dar um passeio na Lagoa com a Marina. Eram umas 6h da tarde, do delicioso horário de verão carioca. A Lagoa estava movimentada e o trânsito em direção ao Rebouças, super intenso. 

Na volta, quando passávamos em frente à Hípica, eu estava conversando com a minha mãe no telefone. Um menino, que não devia ter nem 10 anos, andando de skate, parou do meu lado e lançou a pérola: "Tia, me passo o telefone ou dou uma skatada no seu filho".

Numa hora dessas, a gente nunca sabe como vai reagir. Mesmo que já tenha acontecido com você, na próxima vez pode ser diferente. Você nunca sabe... E eu, que nunca tinha passado por uma situação dessas, comecei a berrar descontroladamente. "Sai daqui! Sai daqui! Sai daqui, filho da #%*! Tá maluco!" Gritei tanto, mas tanto, mas tanto, que devo ter assustado o moleque. Ele vazou rapidinho, dizendo "que isso, tia, não é nada disso". De repente, ele começa a voltar. E eu comecei a berrar de novo. 

A pobre da minha mãe, que estava do outro lado da linha quando tudo isso aconteceu, ficou completamente no escuro, porque eu desliguei o celular e não atendi de novo enquanto ainda estava na Lagoa (óbvio!). A pobre da minha garganta ficou doendo até o dia seguinte. E a pobre da minha filha, que tirava um cochilo gostoso, acordou sobressaltada e chorando ao ouvir os meus gritos alucinados.

Moral da história: nada de empurrar carrinho falando no celular!

sábado, 1 de dezembro de 2012

A história da creche e da babá


Parece que isso aconteceu há anos, mas não faz nem dois meses...

Bem, a história começou assim: eu queria porque queria deixar a Marina em casa com babá depois de voltar a trabalhar. Ela teria menos de cinco meses e eu achava que seria ainda muito pequena para ficar na creche. Então, saímos à cata de uma babá. Contratada a primeira, passei um mês inteiro com ela aqui em casa. As coisas estavam indo, nem bem, nem mal, nem maravilhoso, nem horrível, apenas indo. Aí, comecei a implicar com a babá, como faço com tantas e tantas coisas na vida. Mas, dessa vez, era o bem estar da minha filha que estava em jogo.

Primeiro, achei que o problema pudesse estar na babá. Tentei outra. Fracasso pior ainda. Então, fui visitar várias creches (cinco, para ser mais exata), tudo com a Marina a tiracolo. Afinal, eu não tinha mais babá. E foi assim, depois de ter vivido a experiência da babá, que virei defensora de creche. Não acho errado, nem ruim, nem pior, o bebê ficar em casa com a babá, desde que você tenha encontrado a babá. Como isso não aconteceu comigo, resolvi colocar na creche.

Dizem que a creche vai deixar o bebê deitado o tempo todo (e era essa a imagem que eu tinha). Mas não vai não. Ele vai ficar no bebê conforto, no colo, no tapetinho de atividades, sentado no chão apoiado na berçarista. Já a babá, ela também, pode deixar o bebê deitado o tempo todo. Afinal, ela quer que ele durma para poder assistir ao programa da Márcia Schmidt.

Seja na creche, seja com a babá, é essencial confiar! Se você tem uma babá, confia nela e sabe que ela vai fazer as coisas do seu jeito (em vez de dar água para o seu filho sem você saber), vá em frente. Na creche a mesma coisa, também é importante confiar na equipe.

Aliás, na creche, você tem toda uma equipe por trás daquelas quatro pessoas que cuidam do berçário, gente que supervisiona, que pensa e cuida da alimentação, que cria um planejamento pedagógico para incentivar o desenvolvimento da criança. As decisões sobre o que será feito com o seu filho não ficam restritas a uma única pessoa, que, às vezes, pode discordar de você, se achar mais experiente e resolver fazer do seu próprio jeito. Com a minha filha, eu quero que seja do meu jeito. Então, na creche, deixei bem claro que quero que ela tire as sonecas no berço (a Marina é a única criança que dorme no berço), que não quero que ela tome água ainda, que não devem dar nenhum remédio sem falar comigo antes. E nada disso fica a cargo de uma única pessoa. Além das berçaristas, tem a supervisora, a coordenadora, a nutricionista, a pediatra.

Estou muito satisfeita com a decisão que eu tomei, só quero deixar bem claro que essa é a minha opinião, baseada na minha experiência. Vai sempre chover gente achando que você está fazendo a escolha errada. Se você deixar em casa com a babá, vão dizer: “Mas você não acha perigoso? Sabe-se lá o que a babá vai fazer com a criança!”. E se for para a creche, vão dizer: “Mas já, tão cedo, tão pequena? Vai pegar tanta doença. Ou senão vai ficar largada num canto enquanto cuidam das crianças maiores.”

Pois é, tudo isso. Ainda bem que a filha é minha, né?!