quinta-feira, 29 de maio de 2014

Minha pérola

Tenho uma história muito linda e muito antiga para contar!

Em abril de 2012, grávida de sete meses, numa viagem à Bélgica com a minha mãe, saímos para jantar um dia e eu pedi um dos pratos tradicionais da culinária local: moules et frites (mexilhões com batata frita).

Quando estava comendo o terceiro ou quarto mexilhão, senti um grãozinho de areia. Fiquei um pouco irritada, afinal tinha acabado de começar a comer, então isso significa que ia encontrar várias areias no meu jantar. Só que a areia era meio grandinha, incômoda. Deu até para separá-la e tirar de dentro da boca. Qual não foi minha surpresa e meu espanto quando vi que não era uma areia, e sim uma pérola? Pequena, minúscula, mas minha, da minha filha.

Guardei para, um dia, fazer uma joia para ela e mandar incrustar a pérola. Uma pérola para o meu bebê, uma joia para a minha filha, a minha joia!

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Decisões indecisas

Nada é definitivo na vida. Há um tempo atrás, decidimos que íamos tirar a mamadeira. Não deu certo e a mamadeira voltou. Agora, está indo de novo, aos poucos, sem alarde, sem drama, sem planejamento.

Nem acredito que escrevi essa última palavra, mas é assim que estamos nos despedindo da mamadeira, sem planejar, sem overthink.

Com bigode de vitamina de banana
De manhã, ela já foi substituída por suco ou fruta. Passamos um período dando suco de caixinha (laranja caseira e suco do bem), mas decidimos ficar só com sucos naturais mesmo. Afinal, espremer duas laranjas não dá tanto trabalho assim. Tentamos as polpas, mas não deu muito ibope. Fica meio aguado, meio sem sal, meio sem açúcar. Além do suco, pode ter vitamina,
pãozinho, queijo, manga, pêra, ameixa e, claro, sempre ela, a banana!

De noite, às vezes comemos alguma coisa, uma empadinha, pão de queijo, pão, fruta, ou comemos na rua (e ela também participa, claro). Aí dou só 100ml de leite (meia mamadeira), só por desencargo. E ela toma, quase sem enrolar. E se começa a enrolar, eu tiro e pronto. Sem drama, sem reclamação.

E assim vamos indo. Daqui a pouco, a mamadeira vai para cima do armário!

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Sozinha?

Agora, Marina está na fase do querer fazer sozinha. Quanto tento ajudá-la a beber água no copo, ela logo clama: sozinha! Para comer então, não posso nem pegar na colher. Sempre ouço um belo: "sozinha"! É o início da independência do meu bebê! E, sim, estou pronta para isso. Prontíssima. Até um tanto quanto ansiosa!

Mas, por trás de tanta vontade de querer fazer as coisas sozinhas, há uma menininha que quer a mãe sempre do lado. Sempre!

Se estamos no quarto dela e eu saio para ir ao banheiro, pegar um copo d'água ou buscar o celular, ela já corre atrás, me chamando de volta. E eu não posso nem ficar em pé, guardando as roupas no armário. Não! É "senta, mamãe".

E ela foi sempre assim, desde o início, desde de muito bebezinha. Não sei se eu acostumei mal ou se é dela mesmo, o que sei é que não dá para deixar meu bebê sozinho. Nunca deu. Sabe esses bebês que passam meia hora brincando no berço sozinhos? Não? Nem eu!

Se eu tenho que ir ao banheiro, ela vem atrás. Se tenho que tomar banho... aí eu tenho que esperar. Uma amiga contou que, uma vez, estava sozinha em casa com os dois filhos se arrumando para sair. Arrumou um, arrumou o outro, colocou os dois vendo um filminho e foi tomar banho. É, eu ia sair sem banho. Ou tomar banho com a cria!

terça-feira, 20 de maio de 2014

A maternidade e o inesperado II

Quando fiquei grávida pela segunda vez, comecei a me sentir muito cansada, incrivelmente cansada, de não ter condições de continuar acordada. Então, nos dois fins de semana que tivemos, eu dormi no fim da tarde. Se o Dani estivesse trabalhando, eu estaria lascada. Assim, decidimos que era hora tirar um projeto do papel: contratar uma folguista. Confesso que esse assunto me dá muito preguiça, porque temo procurar, procurar e não encontrar a pessoa certa. Aí, me dá uma preguiça imensa antes mesmo de começar. Mas queríamos, precisávamos, então eu tinha que ir atrás.

Seguindo o que já tinha visto algumas amigas fazerem, fui procurar na creche. Perguntei para a auxiliar que a Marina mais gosta, mas ela não podia. Ficou de ver alguma outra para mim. E conseguiu! É auxiliar do BI, já cuidou da Marina.

Eu tinha uma imagem linda de que eu e a Marina íamos aproveitar muito a manhã, ir à praia, brincar no parque, dar muito beijo e abraço, e eu ia levá-la para casa, entregar para a babá que daria banho, almoço, poria para dormir, enquanto eu poderia tomar banho calmamente, almoçar calmamente, cochilar calmamente, dar um passeio childless e depois voltar para mais um pouco de quality time com a Marina. Lindo, não? Adivinhem se foi isso que aconteceu?!

Combinamos um horário de 11h às 20h. Assim eu passeio com a Marina de manhã, ela chega, faz uma comida e nós chegamos logo depois, normalmente por volta de 12h. No primeiro dia, achamos melhor ficar em casa o dia todo. A Marina se deu super bem com a babá. Mas eu tinha que estar junto. O tempo todo. Se elas estavam brincando no quarto, eu tinha que estar também. Se não estava, a Marina corria para me chamar. Se a porta do quarto estivesse fechada, ela chorava e gritava. Frustrante! Muito frustrante!

Foram duas semanas assim. Na segunda, saímos para almoçar perto de casa. Quando saímos, ela chorou e gritou. Mas depois, por relatos da babá, ficou bem. Quando chegamos, ela estava ótima, numa boa. Novamente, frustração! Depois viajamos e bagunçamos tudo, como contei aqui.

Outro dia, conversando com uma mãe da creche, soube que ela também está com uma auxiliar do BI aos sábados, e a filha dela também depende muito dela. E ela disse que, nos dias da babá, não pode ficar em casa, senão a filha não larga dela. E ela já está com babá desde janeiro!

Por pior que seja essa situação, percebi que é assim. Se eu estiver, é óbvio que ela vai preferir ficar comigo. Então, eu não posso estar. Tenho tentado bolar outros programas para os sábados, me adaptando a essa realidade. Pelo menos agora já posso almoçar com o meu marido, a sós, tranquilamente. E já aceitei que será assim e que assim vai dar certo. Se eu quiser tirar um cochilo, vou para a casa da minha mãe. E pronto! Por ora, é o que temos... E tá mais que bom.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Passeios com criança

Adoro, adoro, adoro fazer programa com criança. E já falei nisso milhões de vezes. Tudo graças a minha mãe, que sempre passeou muito com a gente. Só repito tanto porque sei que ela adora! (Obrigadão, mãe. Te amo!)

No Carnaval, caímos nos bloquinhos infantis, sempre com a mesma fantasia de mulher maravilha (Valeu, Aline!). Foram vários, na pracinha Pio XI, na Lagoa, em Laranjeiras.

Uma opção legal é o teatrinho Papa Vento, que acontece todo primeiro sábado do mês no parquinho do Jardim Botânico. E aí pode ser passeio conjugado com café da manhã no La Bicyclette e seguido de expedição no Jardim Botânico.

Passeio de bicicleta no Aterro foi uma ótima descoberta. Temos uma bike com cadeirinha, mas nunca usamos. Dá para acreditar? Acho que era um misto de medinho e de não ter capacete para a Marina. Sei que nunca usamos e ela curtiu muito! Vale muito repetir. E antes ainda fomos no teatro de bonecos dos Tapetes Contadores de Histórias.

Um mergulho na praia no fim da tarde é outra pedida excelente para os dias de verão. Agora, só no ano que vem. Mas o outono é ideal para outros passeios ao livre, pois já não está tão quente e a luminosidade dessa época do ano é absolutamente linda. É a minha estação preferida!

Até o fim da Copa, os ursos de Berlim estão em exposição na praia do Leme. Cada país tem um, feito por artista nacional, com design que remeta a algum traço do país. Bem legal. E conjuga com passeio no calçadão, mergulho na praia ou até drink num bar da orla, como foi o nosso caso, aproveitando um ventinho e um cochilo delícia da Marina.

Também fomos ver a peça da Luana Piovani, Mania de Explicação, no Teatro Tom Jobim, no Jardim Botânico. A peça é para crianças bem mais velhas. Certamente a Marina não entendeu nada, até porque fala da descoberta do amor, um tema que é, por si só, bem complicado. Mas tem músicas (do Raul Seixas), cenário lindo e figurino bem caprichado e chamativo. A Marina ficou super tranquila durante todo o espetáculo, prestando muita atenção. Quando acabou, ainda disse: "mais um!". Acho que ela gostou, né?! E depois ainda fomos ver as tartarugas no laguinho, correr no gramado e brincar na escadaria. 

E, para terminar a sessão passeios de hoje, temos mais duas opções legais para o fim de semana: Festival de Circo, com apresentação no Parque Lage, e peça "As Coisas", no Teatro Leblon. Um dia eu conto sobre esses passeios!


quinta-feira, 15 de maio de 2014

A descoberta das emoções

Marina está quase chegando aos dois anos e, com isso, já começa a entrar em contato com as suas emoções, tentando entendê-las melhor, ou não. Agora ela já sente medo, e verbaliza isso. Já fica triste, triste mesmo. Já sente raiva e não sabe bem como lidar com ela. E já grita de alegria.

O medo foi uma das primeiras emoções que eu percebi na Marina, de forma bem marcada, até porque ela me disse isso. Estávamos andando na rua e um cara subiu numa moto, bem na nossa frente, ligou e fez o maior barulhão. Ela se escondeu no meio das minhas pernas e disse: "medo, mamãe". Depois disso, já repetiu o mesmo medo para outras motos daquelas bem barulhentas, e para alguns cachorros. Na primeira vez, fiquei bem espantada. Nunca ensinei para ela o conceito do medo, nunca conversei com ela sobre medos, mas ela aprendeu direitinho o que é, e até como se usa a palavra.

Depois do medo veio a raiva. Essa é bem clara também, principalmente porque ela não sabe lidar com o que está sentindo. Às vezes, ela está tentando fazer alguma coisa (abrir o zíper de uma bolsinha, por exemplo). Tenta, tenta, tenta, mas não consegue. E aí se irrita, fecha a cara, resmunga e joga a bolsinha longe. Esse é apenas um exemplo, mas existem milhões, mais de um por dia. O segredo aqui é a maneira como nós, mães, lidamos com isso e ensinamos aos nossos filhos como lidar com a raiva e a frustração. Eu faço duas coisas: primeiro, digo que sei como é difícil, que entendo a frustração dela, mas que tem que tentar de novo. Ajudo, mostro como se faz e pronto. Se isso não adianta e o ataque de fúria continua, aí ela já nem lembra mais o que originou tamanha irritação. Nesses casos, tento distrair, mudamos de ambiente, vamos da sala para o quarto, do quarto para a cozinha, pego coisas que ela goste e pronto.

Aí, tem também os ataques de alegria. Esses são uma graça. Ela fica tão excitada, mas tão excitada, que solta um grito daqueles, bem alto e bem agudo. E ainda bem acompanhado de uma corridinha, uma tentativa de salto ou um quique sem sair do lugar. E mais gritinhos!

Por último, veio a tristeza. Essa me assustou e me impressionou um pouco. Consegui distinguir bem a tristeza em dois momentos. Primeiro, estávamos assistindo ao filminho da Cinderela. De vez em quando, eu ia narrando a história: olha a cinderela, lavando o chão, como brigam com ela, não vão deixar ela ir ao baile. E aí a pequena começa a miar "ilelela, mamãe, ilelela", com aquela vozinha bem tristinha, quase choramingando... Me deu uma peninha. Depois disso, a história toma um rumo melhor para a Cinderela. Ela vai ao baile, está linda, achou um cachorrinho, casou com o príncipe!

Depois, estávamos vendo o Rei Leão. No início, o filme é lindo, com bichinhos e natureza exuberante. Aí, o susto, a manada de gnus sai em disparada atrás de Simba. Momento de emoção. Logo o embate entre Mufasa e Scar. Mufasa morre e Simba vê tudo. E vai para cima dele, gritando pai! Marina, que sempre chama o Dani de papai, nunca de pai, começou a miar "pai, pai, pai", esticando bracinho e tudo. E como sai dessa saia justa, principalmente com a cena seguinte, em que o tio diz que foi o leãozinho que matou o pai. Aí tem que colocar a culpa de tudo na maldade do tio e tirar o foco da morte do pai.

Esses dois momentos me levaram a uma grande dúvida: que filme vou poder ver com a pequena? Todos têm algum momento negativo. Devo evitar? Ou encaro e aproveito a oportunidade para explicar mais sobre isso? Quem tiver mais dicas de como lidar filmes e crianças, por favor me diga!

quarta-feira, 7 de maio de 2014

A maternidade e o inesperado

A maternidade está cheia de surpresas, daquelas que te pegam totalmente desprevenida. Depois de quase dos anos de prática, eu me considero bastante experiente no assunto, mas vira e mexe sou pega de calça
baixa.


No feriado de Páscoa, nós viajamos. Fomos para Búzios. Foi ótimo. Curtimos e aproveitamos muitíssimo. Logo que voltamos, ficamos um dia e meio no Rio e partimos de novo, dessa vez para Buenos Aires. Durante viagem, não tem como se preocupar com rotina. Marina comeu muita fritura (e dá-lhe lula à dorê), muito doce (doce de leite, sorvete Freddo e Persicco, tudo do bom e do melhor). Na hora de dormir (que hora, hein? qualquer hora!), ela ia dormir com a gente. Quer dizer, às 22h ou 23h, ou à hora que fosse, quando íamos dormir, a Marina ia junto. E dormia no mesmo quarto. E teve dia que dormiu até na mesma cama.

Aí, voltamos para casa, e logo em seguida teve outro feriado, curtinho, mas seguido pelo fim de semana. E nada de a pequena querer dormir cedo, nem sozinha no quarto dela. Consequência: dor nas costas, cansaço e várias noites mal dormidas compartilhando a cama. (Realmente não entendo como tem gente que gosta.) Enfim, eu sabia que, em algum momento, seria preciso retomar o tão bem sucedido nana, nenê com força total.

A Marina já não dorme mais no berço (em breve contarei detalhes sobre o processo). Então, na cama, já é mais difícil mantê-la dentro do quarto, caso ela não queira. Reli o livro para ver se ele dizia algo sobre o assunto e eis que estava lá: era necessário colocar um portãozinho na porta do quarto da criança, para impedi-la de sair. Muita gente pode achar absurdo. Confesso que até eu torci o nariz à princípio. Mas depois dei o braço a torcer e resolvi comprar o portãozinho.

Comprado e instalado o portão, era hora de acertar a hora de acordar. Sim, porque de nada adianta colocar a criança para dormir às 20h30 se ela não tem sono, porque acordou às 8h30 da manhã. Aos poucos, começamos a adiantar o despertar. Ainda não conseguimos voltar ao horário de antes (6h30), mas continuaremos tentando. Então, a hora de dormir também sofreu um atraso, e tem sido entre 21h e 22h30 (muito mais tarde do que eu quero).

Até que, segunda-feira, eu me sentia calma, tranquila, relaxada, e sentia que a Marina estava na mesma vibe. Então, resolvi que aquele seria o dia da retomada, embora eu tivesse me programado para fazer isso um pouco mais para a frente. Fiz e foi lindo! Uma choradinha só, logo sanada! E a pequena só acordou no dia seguinte, às 6h30! De noite, fiquei tensa. De manhã, me senti vitoriosa, realizada! Achei que seria bem mais difícil, mas não foi.

Aí, eis que vem o inesperado. Ontem, saímos com a minha avó no fim da tarde. Cheguei em casa às 21h, com a Marina dormindo na cadeirinha, já de fralda trocada e de pijama. Foi direto para a cama. Lindo! E eu, toda feliz! Minha alegria não durou nem 10 minutos... Ela chorou, eu esperei, entrei no quarto, segurei a mão, dei beijinho, fiquei um pouco e saí. E ela chorou, e eu entrei, e ela chorou, e eu entrei. E assim se passaram quase 45 minutos. Até que ela não chorou. E eu dormi tensa. E acordei às 5h com ela chorando. E 5h não é mais hora de nana, nenê. É hora de cama da mamãe. E assim vamos indo, consertando o que as férias estragaram. E torcendo por mais férias!

terça-feira, 6 de maio de 2014

Vida que segue

E hoje faz um mês que descobri que não, não havia bebê na barriga. Cheguei para mais uma ultra e lá estava meu útero, lindo e vazio. Pois é, não tinha mais nada... Na verdade, como nem chegamos a ver o bebê, eu tive o que chamam de gravidez anembrionária (sem embrião). Como não teve embrião, não deu para investigar, analisar e examinar para descobrir porque não foi adiante. Simplesmente, o bebê sequer chegou a se formar. Diz minha médica que é normal. Acreditei nela. Não dei nenhum google para saber mais. Tá bom assim.

Como foi um processo, passei mais de uma semana esperando o momento em que ela me diria que eu não estava mais grávida, consegui parcelar e diluir o sofrimento. E me acostumar à ideia aos poucos, sem trauma, sem baque. É difícil, mas vai. Dá tristeza, mas passa. E aí resta apenas refazer os planos e ver o lado positivo das coisas. Vai dar para fazer aquela viagem, vai dar para mudar com mais calma, vai dar para a Marina crescer um pouco mais.

E se não foi, melhor assim. Vamos sempre fazer ser melhor!