Os quatro anos poderiam durar por mais quatro! Que delícia de fase! Que momento mais gostoso! Que criança mais adulta e menos bebê, mais engraçada e espirituosa, esperta e observadora, que absorve absolutamente tudo que acontece ao redor, desde expressões cotidianas até reações explosivas.
De vez em quando, ainda surge um ou outro rompante, ainda temos uns poucos episódios em que as emoções saem do controle. Passou a fase da menina que fazia chilique todo dia de manhã na hora de se vestir, que criava um escarcéu diário e me fazia sair de casa irritada todo santo dia. Depois de um episódio máster, muito intenso, durante uma viagem, que ficou gravado na memória, o comportamento mudou, ela mudou, cresceu, amadureceu. E aí começou a aparecer a menina de quatro anos, que perdeu os traços de bebê, o rosto arredondado, a falta de coordenação.
Hoje, ela já desenha pessoa com cabeça, corpo, braços e pernas. Tem até cabelo, olhos, nariz e boca! Canta altas músicas em inglês, e está cada dia mais independente. Quer fazer tudo sozinha, desde se vestir até servir seu prato. Só continua pedindo ajuda para comer em casa...
Agarra o irmão, beija, abraça e aperta até o pequeno reclamar. Chama ele de filho, cuida e fica nervosa quando ele está em uma situação de perigo. É carinho puro!
E agora umas historinhas fofas e engraçadinhas:
Marina soltou um pum bem alto. Riu e disse:
- Esse pum veio até a piti (como se refere à perereca).
*****
No mesmo dia, logo em seguida, encontramos o Alexandre, marido da Rapha. Marina deu um tchau para ele e perguntou:
- Cadê a tia Rapha? - E pouco depois, completou: - Meu pumzão foi tão alto que até o Alexandre deve ter escutado.
*****
Marina estava no carro, viu um carro verde pequeno e disse:
- Mamãe, olha o carro da tia Carol (professora do balé). É aquele ali, verdinho, bem pequeninho e meio velhinho.
*****
Estávamos jogando um jogo e o pai fez alguma brincadeira, errando algo no jogo. E ela dispara:
- Pô, pai, deixa disso!