sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O parto

Finalmente, é chegado o momento de falar um pouco do parto. Bem, vou começar do começo e juntar tudo num post só.

Tudo começou lá pela 32a semana, quando eu já estava com 4 centímetros de dilatação e tive que ficar de repouso. A partir daí, fui acompanhando na obstetra com mais frequência, até estar, na 37a, com 6 centímetros. Como isso já é bastante (para dar a luz efetivamente, você precisa estar com 10 centímetros), minha médica sugeriu que fizemos o parto induzido. Senão, eu poderia estar andando no meio da rua e, de repente, vai que o bebê nasce? Não, menos emoção!

Bem, muitas mulheres sofrem a beça com as contrações para chegar a 1 ou 2 centímetros. Como vocês bem podem ver, eu não senti nada demais até os 6 centímetros!

A ideia, claro, era ter parto normal. Afinal, por que não? Tudo indicava para isso. Pelo visto sou uma boa parideira! Mas eu já tinha lido várias histórias sobre mulheres que, ao fazer força, faziam junto suas necessidades na hora do parto, coisa da qual ninguém fala. (Também, para quê?!) Confesso que essa ideia me aterrorizava um pouco, nojinho brabo, né?! Conversei com a minha obstetra e era disse que isso era besteira. Tratou com a maior naturalidade. Foi ótimo. Disse que não acontecia tanto assim e que, se acontecesse, ora bolas, qual era o problema. Limpou, tá novo! E passou o grilo. E não aconteceu nada na hora H!

Então, parto normal marcado para o dia 22 de junho, sexta-feira, quando completávamos 38 semanas. Chegamos ao hospital depois do almoço (almoço dos outros, né, porque eu não podia comer nada). Logo fomos para o quarto, me arrumei e já para a sala de pré-parto. Ficamos lá umas quatro horas, eu, o Dani e a cambada de médicos. O anestesista já tinha colocado o cateter para a raquidiana, mas só ia soltando a anestesia a medida em que eu fosse pedindo. E, no início, não pedi. Além disso, estavam me dando ocitocina na veia, a substância usada para induzir o trabalho de parto, através do estímulo das contrações do útero. Mas, depois de umas três horas, muito toque e muito cansaço, não tinha mudado quase nada. Eu estava com apenas 7 centímetros de dilatação, só um a mais desde a hora em que tinha chegado.

Aí, já eram sete da noite e as pessoas estavam começando a chegar para nos ver. Fora a mãe do Dani, que tinha chegado lá bem cedo e já estava nos esperando há um tempão. Isso, junto com o meu cansaço de ficar deitada, esperando acontecer, foi me dando uma baita canseira. E pensar nas pessoas que estavam nos esperando também me dava um certo incômodo. Sei que é besteira, mas me dava...

E a gente continuava lá, esperando. As contrações iam e vinham, não regulares, e eu não sentia quase nada. Sabia quando estavam acontecendo, mas só isso. Cheguei até a cochilar durante essas três horas. Como as coisas não avançavam, minha médica começou a tentar estourar a bolsa para acelerar o parto. Nesse momento, os toques começaram a ficar mais doloridos e incômodos e, ô cara da anestesia, vem cá dar um jeito nisso. Essa foi minha primeira dose! Mais alguns toques (para não dizer outra coisa mais feia) e pronto! Bolsa estourada!

Aí o quadro começou a mudar. Comecei a sentir as contrações, cada vez mais fortes. Opa, moço da anestesia, pode voltar aqui! Foi a segunda dose. Eu sentia, sabia exatamente quando vinham as contrações, mas não doía horrores, só sentia uma pressão. De repente, fomos para a sala de parto. Lembro que todo mundo parecia estar meio correndo. Os médicos lavavam as mãos e se cruzavam, quase batendo um no outro, cada um tentando encontrar seu espaço, e eu lá. Faz força agora! E eu fazia. E de novo. E já tá nascendo, só mais uma vez. Nessa hora, meu querido amigo anestesista veio me ajudar a sentir a maior dor do parto, que ironia! Ele apertou a minha barriga com o cotovelo. Na verdade, ele apoiou todo o peso do seu corpo em cima de mim. E faz força! Como eu poderia fazer força se nem conseguia respirar, se parecia que iam quebrar as minhas costelas? Vai lá. Não sei como, arranjei uma maneira de fazer força. E nasceu! E ela veio direto para o meu colo, apoiada um pouco na curva da minha perna, um pouco na minha barriga, toda sujinha, toda linda, toda inchadinha, bem cena de novela. E aí eu chorei, meio de nervoso, meio de emoção, meio de amor, meio de ignorância (é, porque eu não sabia de nada, e continuo não sabendo...)



E aí nossas vidas começaram de verdade! Amei meu parto normal, tudo muito natural, sem medo, sem dor, sem traumas, com muito amor. Pronta para outro!

Depois que a Marina nasceu, foi pesar, medir, incubar. E o Dani foi junto. Eu fiquei ali, levando uns pontinhos básicos. É a chamada episiotomia. O médico faz um corte na região vaginal, para facilitar a saída do bebê e evitar lacerações descontroladas. Assim, ele escolhe um local com menos vasos, para não sangrar e incomodar tanto. A recuperação é bem melhor, embora ainda haja um certo incômodo.

E essa foi a nossa história. Um parto normal bem sucedido! Recomendo!



Nenhum comentário:

Postar um comentário