quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Coisas que vêm e vão

Tem costumes e manias das crianças que vêm e vão.

Uma vez, o Dani foi dar um beijo numa priminha e foi totalmente rechaçado pela pequena. Traumatizou o coitado... Aí, outro dia, ele comentou com a mãe dela, que deu uma resposta curta e objetiva: "fases..."

Pois é, a vida das crianças são feitas de fases, de manias que surgem e desaparecem para serem apenas substituídas por outras, às vezes melhores, outras nem tanto. Há um tempo, a modinha lá em casa, quando alguma coisa fugia ao que a Marina queria, ela se jogava no chão, curvava o corpo e esticava os braços para a frente, como numa postura de yoga, sempre chorando, claro! Era a maior figura! Dava uma vontade louca de rir. Eu tinha que me segurar, mas nem sempre era possível.

A cena rendeu até um apelido, que, na verdade, ela herdou de mim: era minha pequena Sarah Bernhardt, ou petite Bernhardt ou ainda Sarita! Não sei o que eu aprontava para ter ganhado esse apelido da minha avó.

Agora, a manha continua, mas mudou de formato. E está muito mais atrelada a mim. Tira o bebê do meu colo para ver só. Vai ganhar muitos choros e lágrimas. Mesmo eu tente colocá-la no chão, terei que enfrentar muitas lágrimas e um rostinho de sofrimento digno de pau de arara (ou de Sarah Bernhardt). Agora preciso de um livro para curar isso. Alguém aí conhece?

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Nanando...

Tá bom, prometo que é a última vez que eu falo sobre isso (duvido...).

Outro dia, recebi um email de uma amiga que também aplicou o Nana e ela disse que, a cada mudança na rotina, é importante estar pronta para se manter firme e aguentar a crise de choro, conforme o livro orienta. Seja a mudança do berço para a cama, uma viagem, uma doença, a chegada de um irmão (essa deve ser a pior...), qualquer coisa que tire a criança da rotina à qual está acostumada pode atrapalhar o fluxo normal das coisas.

Mas foi apenas no domingo, como presente de dia dos pais para o Dani, que finalmente senti na pele o que é o Nana, nenê. Nesse dia, a Marina terminou de mamar dormindo. Abriu o olho bem de leve e eu falei para ela, bem baixinho: "filha, como hoje você está muito cansada, vou te colocar logo no berço e deixamos a musiquinha para amanhã". E assim foi feito, sem música, sem colocar a Valentina para dormir, sem dar boa noite para os móbiles, desenho ou bichinhos do berço. Se isso influenciou em alguma coisa o que estava por vir, jamais saberei. Só sei que, às 11h10, a Marina começou a chorar. Como eu já nem cronometro mais, só espero passar - e sempre passa -, esperei. Mas o choro não parou. Então, depois de alguns segundos, comecei a cronometrar. Passado um minuto, ela continuava chorando. Entrei sem ver muita coisa e achei que ela estava com o olho fechado. Catei as chupetas, coloquei uma na mão dela e as outras bem perto e saí. Não disse nada, não fiz o discursinho (dois erros numa noite só...). Pareceu que ela tinha parado de chorar. Sentei na cama e ela recomeçou. Recomecei o cronômetro. Um, dois, três minutos. Entrei, falei com ela e saí. E o choro lá, todo trabalhado na força da garganta! Mais um, dois e três minutos. E haja estômago. Entrei de novo. Mais blablabla, te amo, tô aqui, você já sabe dormir sozinha, vai ficar tudo bem. Saí. Um minuto depois, ela deu uma engasgada estranha. Não esperei mais e entrei. E meu bebê tinha vomitado. O livro diz que, muitas vezes, as crises de choro podem levar a criança a vomitar. Mas sabe quando você sente que não era isso. Tirei a Marina do berço, peguei no colo, troquei a roupa, a roupa de cama, ninei ela um pouco, e ela continuava chorando. Alguma coisa estava estranha... Dei um tylenol e, 15 minutos depois, ela acalmou. Tá, confesso, dormiu na minha cama. Aí, passei ela para o berço. Ainda teve alguns resmungos na madruga, mas só.

Agora que aperto no coração ouvir ela chorando e só esperar... No fundo, no fundo, ainda bem que ela vomitou, assim eu pude pegar ela no colo. O ruim é que não parou... Se fosse manha, talvez tivesse parado quando ela tivesse conseguido o que queria.

E hoje, essa noite, já foi mil maravilhas! Cantamos para a Valentina, demos boa noite para todos os acessórios, e a deitei no berço. Deitada ela ficou até eu sair. E não teve nenhum nhé a noite toda. E eu dormi a noite toda, até o despertador tocar! O melhor é ainda me arrumar toda antes de entrar no quarto e encontrar meu bebê lindo de pé, esticando os bracinhos e sorrindo. Morri!

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Nanou!

Para tudo! Tô com muito medo de proferir as próximas palavras, mas vamos lá: acho que conseguimos! Acho que a Marina aprendeu a dormir sozinha. Eu estou tão, mas tão chocada com a rapidez e facilidade de todo o processo que ainda fico meio ressabiada em acreditar que deu tudo certo.

Antes de entrar nos meus devaneios, vamos aos fatos.

No dia 3, ainda sem o Dani em casa, deitei a Marina no berço e, quando me afastei para fazer o discursinho e sair do quarto, ela levantou e começou a chorar, mas, como num passe de mágica, parou de chorar antes mesmo que eu saísse do quarto. Só que esse primeiro choro é mais um grito do que um choro, e já é bem ruim. E dá um medo danado de ele não acabar mais... Mas acaba! Ela ainda deu uma resmungada no meio da noite, mas nem se prolongou muito, pelo menos nem deu tempo de eu pegar o celular para começar a cronometrar. Só que ela acordou um pouco antes das 7h chorando e passou a manhã um pouco manhosa, o que tem se tornado cada vez mais frequente (outro post a vista).

No dia 4, ontem, já com o Dani em casa, chegamos todos juntos da festinha de dia dos pais da creche. Ela dormiu no carro e parecia bem cansada, mas aguentamos até às 20h30, entre brincadeiras, distrações, chorinhos e reclamações. Cumpri toda a rotina como sempre e, depois de colocarmos a bonequinha Valentina para dormir, foi a vez de Marina ir para o berço. Discurso e tchau! E o choro, cadê? Não teve!!! Saí do quarto sem nenhum nhé. Sucesso! Antes de irmos dormir, ela ainda deu três reclamadas. Em duas delas, cheguei a pegar o celular para cronometrar, mas parou bem rápido, sempre antes de 1 minuto. Depois, às 4h44 da manhã, Marina gritou bem alto. De novo, peguei o celular, mas ela parou antes de um minuto. E, às 7h10, entramos sorrateiros no quarto para encontrá-la acordada. Assim que nos viu, ela levantou, sorriu e jogou os braços. Amo!!!

Vou manter a rotina bem rígida pelos próximos 15 dias, para internalizar bem todo o processo e firmar o aprendizado. Além disso, embora eu já esteja no quinto dia de aplicação do método Nana, nenê, ainda não precisei entrar no quarto nenhuma vez depois de colocá-la acordada no berço. O método apresenta um quadro de intervalos, que vão crescendo com o passar do tempo. Por exemplo, no quinto dia, a primeira espera para entrar no quarto é de 9 minutos, a segunda, 11 e da terceira em diante, deve-se esperar 13 minutos para entrar no quarto. Só que, como eu ainda não precisei aplicar nenhum intervalo, vou seguir os intervalos do primeiro dia (1, 3 e 5 minutos), já que a Marina ainda não passou por nenhuma crise de choro sem ser atendida.

O que mais me surpreendeu nesse processo todo foi o término das acordadas noturnas. Faz quatro dias que eu não levanto para colocar uma chupeta ou levar a Marina para o nosso quarto. Faz quatro dias que eu passo a noite inteira dormindo. Faz quatro dias que ela passa a noite inteira dormindo! Tentando analisar e adivinhar como isso foi possível, e com tamanha facilidade, cheguei a uma única resposta possível: ela aprendeu que, às 21h, ela dorme sozinha, sem a ajuda e companhia da mamãe. Então, quando acorda de madruga, ela já sabe que também precisa voltar a dormir sozinha. E eis a minha redenção!

E embora esteja sozinha, a Marina tem vários recursos para lhe fazer companhia: os naninhas, o desenho, o móbile de coração que ela ama (lindo e moleza de fazer) e a coleção de chupetas que habita o berço! E, como sempre digo para ela, posso não estar ao seu lado, mas ela nunca vai ficar sozinha! Nem eu!

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Nanou?

Pensei em várias opções de título para esse post. Poderia ser: "a vitória" ou "sem contar vitória antes da hora", "o desafio" ou "o desafio mais molezinha da vida", ou tantos outros...

Mas vamos aos poucos. E senta que lá vem história!

Há uns quatro meses, quando a Marina teve otite, ela teve umas noites bem ruins e, para tentar amenizar, acabamos colocando ela para dormir na nossa cama. Quatro meses se passaram e, sempre que ela acordava no meio da noite, ela vinha para a nossa cama. Isso sem contar nos dias em que ela já dormia conosco.

Além disso, a hora de dormir também não era das mais simples. Eu colocava a Marina deitada na nossa cama com a mamadeira, e deitava do lado dela. Ela terminava de mamar e eu ficava com ela até ela dormir. Às vezes, ela terminava de mamar, virava de lado e dormia. E outras ficava rolando na cama por uma meia hora. Mas eu já contei tudo isso com mais detalhes aqui.

Então, eu já estava bem cansada dessa falta de rotina, de me sujeitar cada dia a uma coisa diferente, a um horário diferente, a dormir levar chute e soco. (Por mais que acordar ao lado dela seja delicioso, tá?!) Então, mesmo morrendo de medo de sentir falta da Marina de manhã, resolvi tomar uma atitude!

Pronto! Podem jogar as pedras que quiserem, falar mal, mas mãe é um bicho estranho, faz coisas que jurava de pé junto que nunca faria. Até aprender que tem que tomar cuidado para não tomar um cuspe na testa, afinal a maternidade é um eterno cuspir para cima (amo isso!). E eu, que já cuspi tanto, tô tomando um monte na testa.

Bem, mas vamos à história que o post já está ficando longo demais.

Ganhei de uma amiga o livro do Nana, nenê. O método não se limita ao famoso "deixar chorar", embora muitos digam isso. Eu diria que é um "deixar chorar" assistido. O bebê vai chorar, sim, e você vai deixar. Mas vai estar constantemente ao lado dele, embora não possa confortá-lo. A ideia é criar uma rotina noturna, da mesma forma que fazemos com as refeições, por exemplo. E, a partir dessa rotina, a criança aprende a dormir sozinha. Dei uma googlada rápida e achei vários blogs comentando sobre o método, todos contra, claro. Pois aqui vai um relato a favor!

Lá em casa, fizemos assim: no primeiro dia, conforme sugerido pelo livro, um pouco antes da hora de dormir, sentei no chão com a Marina para fazermos um desenho. Esse desenho vai ficar do lado do berço dela e ela poderá olhar para ele todas as vezes que acordar durante a noite. Desenhamos uma lua com estrelas, um sol, a mamãe, o papai e a Marina. E simboliza que os pais estão ao lado dela o tempo todo, desde o momento em que a lua aparece no céu até quando nasce o sol! Além disso, também fizemos um móbile (esse, na verdade, eu fiz sozinha, já que usei tesoura e cola quente. Então, guardei os pedacinhos de papel que sobraram e a fita para brincar a Marina). O móbile era um monte de corações, os corações da mamãe e do papai, que acompanham a Marina sempre!


Depois, fomos para o quarto, juntamos todos os brinquedos e sentamos para ela mamar, já no escuro. Quando ela terminou, fomos dar boa noite para o móbile, para o desenho e para os bichinhos que dormem com ela no berço. Feito isso, coloquei a Marina no berço, fiz todo o discurso conforme sugerido pelo Nana, nenê, dei boa noite e saí.

A primeira entrada é apenas 1 minuto depois, então já coloquei o cronometro do celular. Em 30 segundos, ela parou de chorar. Uns segundos depois, chorou por mais uns 15 segundos e parou de novo. Mais uns segundos e deu um gritinho. E pronto. Pronto! Acabou! Ela dormiu! Eu não queria fazer barulho, fiquei no maior silêncio. Não estava acreditando naquilo... Ainda tinha a madruga, que tinha de tudo para ser muito pior. Então, fui dormir cedo para enfrentar o que estava pela frente. Acordei as 5h, meio confusa, dormindo atravessada na cama, achando que eu estava amassando a Marina. Mas era só um travesseiro. Ufa! Ué, mas então onde estava a Marina? No berço! Dormindo! Sem acordar nenhuma vez. Mas ainda era muito cedo para cantar vitória. Voltei a dormir, acordei as 7h, me arrumei toda e, às 7h30, fui ver a pequena, que estava acordadinha no berço. Me viu, abriu um sorriso, levantou e jogou os bracinhos. Morri!

Venci uma batalha, mas a guerra continua.

Ontem foi o segundo dia. Repeti a mesma rotina, acrescentando apenas mais uma coisa: antes de colocar a Marina no berço, nós colocamos uma bonequinha para dormir e cantamos para ela, isso depois da mamadeira. Quando coloquei ela dentro do berço, começou o berreiro. Fiz o discursinho com a minha voz praticamente abafada pelos gritos dela. Saí do quarto, fechei a porta (encostei) e ela parou de chorar. Parou! Confesso que mal podia me aguentar de curiosidade para saber se ela já estava dormindo. Mas me aguentei. E fui dormir.

Durante a noite, acordei duas vezes com uns gemidos. Me preparei para pegar o celular e começar a cronometrar, mas o choro não evoluiu. Parou! Às 6h30, ela deu mais uma reclamada. Eu acordei, me arrumei, me vesti e um pouco antes das 7h entrei no quarto dela. Meu bebê estava deitado, de olho aberto, brincando de trocar chupeta. Botava uma na boca, cuspia e botava outra. Linda! Quando me viu, sorriu, levantou e jogou os bracinhos. Morri ao cubo!

Continuo achando que não pode ser tão fácil, que a guerra ainda não acabou. E vou continuar enfrentando com pulso firme!