quinta-feira, 26 de julho de 2012

Culpada eu?

Criada pela religião e alimentada pela sociedade, a culpa está aí para todo mundo, e eu também não escapei.

Ontem, estava assistindo ao primeiro episódio de uma série nova, sobre um casal com um bebê recém-nascido, Up all night. A série nem é tão boa, mas o episódio era sobre a volta ao trabalho da mãe, enquanto o pai fica em casa cuidando do bebê, decisão deles. Logo numa das primeiras cenas, ela diz que está morta de cansaço, que tem que trabalhar o dia todo e ainda chega em casa para cuidar do bebê. Ao que o marido responde, de cara: e você acha que cuidar de criança não dá trabalho? Bingo!

Por sorte a minha, o Dani nunca me disse nada parecido. Muito pelo contrário, ele diz justamente que não sabe como eu aguento, que deve ser tão ou mais difícil que o trabalho dele passar o dia todo cuidando de um bebê, em regime de dedicação exclusiva. E ele ainda é um dos maiores incentivadores do projeto babá.

Mas isso não significa que a culpa não me ronde por aí. Afinal de contas, ele passou o dia todo trabalhando, com vários assuntos estressantes na cabeça, vários clientes reclamões para atender e por aí vai. Enquanto isso, eu passei o dia todo em casa, sem sair, cuidando de um bebê, às vezes chorando, às vezes não. Então, ele chega de noite, mais tarde do que nós três gostaríamos, e eu, morta de cansaço, quero que ele, morto de cansaço, cuide do bebê para eu poder descansar um pouco. Fica a pergunta: é justo? É certo exigir que ele, depois de um dia mega estressante e cansativo, ainda chegue em casa e cuide de um bebezinho lindo, mas cheio de cólica?

E aí entra em cartaz a tão falada culpa. Porque eu acho que não, não é justo, mas também preciso de um tempinho, de um autus, de um intervalo na função mãe 24/7.

O pior é que não acabou. A maldita da culpa ainda é dupla! Além dessa primeira culpa, tem outra! A segunda culpa se deve ao fato de que eu estou sem trabalhar, sem produzir, sem ganhar dinheiro. Pode ser temporário, mas incomoda mesmo assim. Sabe a máxima "tudo que sobe tem que descer", "tudo que entra tem que sair". Pois é, comigo tem saído mesmo sem entrar. Na verdade, só tem saído, sem entrar. E dá-lhe culpa. E dá-lhe angústia...

terça-feira, 24 de julho de 2012

Um mês

(Antes de começar o terceiro post do mesmo dia, num dia em que comecei reclamando que minha filha não parava de chorar, sinto que devo uma explicação. Não, não estou no computador. Estou no celular, no aplicativo novo do blogger que eu baixei. Passei a manhã com ela do meu lado, parando de tempos em tempos para atender um chorinho ou dar de mamar. Resolvida a questão, vamos ao um mês da Marina.)
Curti e sofri cada momento, me deliciei em cada boca desdentada aberta, num ensaio de sorriso, me desesperei nas primeiras trocas de fralda, acompanhadas de mais xixi e coco, me especializei em amparar esse xixi e coco extra, sem desespero! Dormi menos, amei mais. Troquei o certo e estável pelo incerto e pela novidade, e que novidade!
Foi só um mês, que não passou nem rápido demais nem devagar demais. Não parece que ela nasceu ontem, parece que ela nasceu há um mês, o mês mais intenso da minha vida!
Tanto a dizer, tanto a viver, tanto a agradecer, tanto a amar!

By dinda!

Colo ou berço: o dilema!

Colo e berço nunca tinha sido um dilema para mim, mas virou.

Aqui em casa, a rotina é mais ou menos assim: de manhã, a Marina fica no bercinho, às vezes dormindo, às vezes acordada, às vezes mais pra lá do que pra cá. Eu aproveito para fazer várias coisas: ver TV, ficar no computador, dar uma arrumada na casa, ler, fazer um bolinho... Se ela chorar, eu acudo. Fico do ladinho dela até ela se acalmar. Se for cólica, massageio a barriguinha até passar, se a chupeta tiver caído, coloco de volta, se a fralda estiver suja, troco, se for fome, dou de mamar. Aí, de tarde, recebo as visitas. Ela continua no berço até a hora de mamar e, depois, fica na sala com a gente, passando de braço em braço, curtindo a bagunça. Umas vezes dorme nos colos, outras fica acordada. Quando não tem visita, a gente também fica junta, deitadas na minha cama ou no sofá. Aí o Dani chega, fica um pouco com ela, a gente dá o banho, mamar e bercinho. Pronto, sem dilema.
No fim de semana, com o Dani em casa, aquela rotina muda bastante e ela passa o dia quase todo com a gente, no colo ou no carrinho, mas nada de berço. E adora! Fica numa boa!

Aí, um belo dia, a minha secretaria do lar me pergunta por que eu não pego mais ela no colo, por que só deixo ela no berço. E ela estava tão bem lá no bercinho dela, curtindo suas manhãs (e eu as minhas)... Mas, pronto, instalou-se o dilema.
Aí vem a segunda-feira e nada de querer ficar no berço. Berço = choro. Colo = alegria pura!
Aí vem a terça. Parece que tem formiga no berço... E a paciência da mãe vai dar aquele passeinho esperto.
Então eu me pergunto, poderá ela ter se acostumado assim tão rápido e estar já viciada em colo? Ou será que é tudo imaginação da minha cabeça e eu mesma estou sugestionando a mim e a minha filha a isso? O lado psicológico da coisa é forte e tenho que combatê-lo.

Ela volta para o berço é agora, mesmo que eu tenha que passar a manhã toda do lado dela, dando um apoio moral. Força, Lulu!!! Força, Marina!!!






Paciência? Tem, mas acabou...

Sei que não posso reclamar, que minha filha é um amor, linda, cheia de saúde e não se esgoela o tempo todo. Mas tem dias que...

Paciência nunca foi uma das minhas virtudes. Não acreditam? Perguntem para o meu irmão! Ele e seu dente quebrado são testemunhas. Até acho que, com a maternidade, me superei nesse quesito. Mas tudo tem limite, né?! E, em alguns dias, como hoje (ou melhor, em alguns momentos, como agora), a paciência vai dar um passeio e me larga aqui sozinha com a pequena. O que fazer nessas horas? As opções são muitas: deixar ela se acabar de chorar enquanto eu vejo TV? Ou ir dar uma volta na Lagoa e deixar ela bem aconchegada no bercinho? Ou tomar umas gotinhas de rescue, deitar do lado dela e dizer como a amo, como nunca vou abandonar ela, como sempre vou estar ao seu lado.
Aí, é só dar um tempo e esperar a dona Paciência voltar do seu passeio! Não demora, tá?!
Nesses momentos, penso bastante na sugestão do Dani de ter uma babá, antes mesmo do meu retorno à vida profissional. Às vezes, acho meio coisa de madame, afinal licença maternidade é para cuidar do bebê, e não para largar a criança em casa e ir bater perna por aí. Mas tem horas em que não dá para se dedicar exclusivamente a ela. Pelo menos eu não consigo. Pode ser um defeito, uma fraqueza, mas, às vezes, preciso ter umas horinhas seguidas para mim, sem interrupções, sem choros, sem peitos, sem fraldas sujas. Um tempo para fazer qualquer coisa: trabalhar um pouco, ver email, brincar no facebook, fazer a mão, almoçar com a mamãe, jantar com o Dani, passear com as amigas, malhar, espairecer, qualquer coisa.

Não amo minha filha menos por isso, por, às vezes, não ser paciente como eu gostaria com ela. Infelizmente, sei que isso vai me acompanhar e me assombrar ao longo da vida, mas é assim que as coisas são. Aos poucos, a irritação passa, o rescue faz eleito, ele dorme 15 minutinhos seguidos e pronto! Estou pronta para outra!

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Cursos, consultas e a francesa

Finalmente chegou a hora de falar dos cursos de grávida e da francesa. É tanta coisa acontecendo que tenho mais assunto do que disponibilidade para escrever...  Bem, então vamos por partes, começando do início.

Ainda grávidos, fizemos alguns cursos com a Stephanie, do Prepar. Foram eles: amamentação 1 e 2, banho e cuidados com o bebê e o enxoval.

Os dois cursos de amamentação são muito bons. No primeiro, ela fala dos primeiros 10 dias de vida do bebê, as etapas da amamentação para a mulher (colostro, apojadura e descida do leite) e a rotina do bebê (praticamente inexistente). No segundo, é a criação da rotina, que permanece mais ou menos a mesma até os 3 meses, e sofre alguns ajustes de 3 a 6 meses. Achei muito bom e estou colocando em prática vários ensinamentos dela.

À aula de enxoval fui com a minha mãe (liberei o Dani dessa). Ela fala muito sobre a arrumação das malas para levar à maternidade. Mas também dá várias dicas do que comprar nos EUA e, principalmente, do que não comprar para otimizar e economizar! E ainda apresenta o conceito Montessoriano do quarto de bebê sem berço, com um futon. Bem legal.

O último curso foi o melhor! Ela diz que o banho deve ser dado no chuveiro, pelo pai. Depois vou contar melhor como foi a nossa experiência. Mas já ainda que é mágico!

Além dos cursos, a francesa ainda vende vários produtinhos lá, dos quais indico alguns:
Formato "ninho", mas ainda sem a fronha.
- o trocador antirrefluxo (não comprei, mas peguei emprestado. O melhor de tudo, além de ser antirrefluxo, é deixar o bebê de frente para você na hora de trocá-lo, e não de lado, como a maioria dos trocadores.)
- camisola de amamentação (é genial! Pena que veio essa onda avassaladora de frio, que nem está me deixando usar a minha. A melhor roupa de amamentação que eu tenho!)
- concha de amamentação (também é vendida em farmácias, mas não é toda farmácia que tem. Para mim, foi meio difícil encontrar e ainda foi mais caro do que o preço dela.)
- o minhocão (outro achado genial! Antes da Marina nascer, ele servia de almofada para mim. Depois de várias noites mal dormidas por causa do barrigão, lembro que, na primeira vez em que dormi com o minhocão, não acordei a noite inteira, quase uma façanha para grávidas. Já com a Marina, ele serve tanto como almofada de amamentação como como "ninho". Como estamos usando mais no formato ninho, para ela dormir bem aconchegada, forrado uma fronha, fica meio difícil ficar botando e tirando a fronha com a Marina nos braços. Então não temos usado como almofada de amamentação.)

Por fim, além dos cursos e produtinhos, ela também faz atendimentos personalizados. Na primeira quinta-feira da Marina, em que eu estava meio desesperada, achando que ela não estava mamando, cheia de inseguranças, fui até a casa dela para uma "consulta". O esquema é ótimo. Você fica duas horas lá e reproduz todo o processo de amamentação que faria em casa, com a diferença de que ela está lá te ajudando! E ela ainda pesou a Marina antes e depois da mamada e disse mais ou menos quanto ela tinha mamado! Foi uma ajuda muito mais psicológica, que meu deu mais segurança para enfiar a cabeça do bebê no peito quando necessário, sem medo, me mostrou que ela estava mamando super bem e me deixou mais confiante. Era tudo que eu precisava. Não hesitaria em ir até lá novamente, se ficasse grilada com alguma coisa.

Mas nem tudo são rosas... Ela tem um jeitão bem francês, que não te cativa de cara. Além disso, achei as aulas muito longas. (As nossas começaram às 19h30 e terminaram depois de 22h30. Foi meio exagerado, principalmente porque, às vezes, ela divagava muito, fugindo do assunto ou se estendendo demais.) Ela também é um pouco radical demais em relação a alguns temas. Eu acho, sim, que é melhor humanizar o nascimento ao máximo possível, mas não tem tanto problema deixar o bebê na incubadora por duas horinhas, tem? E os preços são um pouco salgados, principalmente se você fizer muita coisa. Mas, no final, vale a pena. Eu indico!

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Vai uma fofoca aí?

Aos poucos, vamos descobrindo várias coisas sobre a maternidade que ninguém fala.

Sempre gostei de uma fofoca. Não é que eu seja fofoqueira, longe disso, mas gosto de estar por dentro das novidades. Pois é, depois que o bebê nasce, acaba o suprimento de fofocas novidades. Não sei mais quase nada do que acontece na vida dos outros no mundo. Dependo exclusivamente dos outros para me contarem tudinho! Quase não saio na rua, quase não vejo ninguém (só quem vem ver a Marina), resultado: quase não tenho mais assunto...

Então, amigas queridas, me contem as novidades, suas e dos outros! Me indiquem livros. Discutam filosofia comigo. Venham e tragam assuntos dos mais diversos e variados. Pode ser banalidade ou papo cabeça, desde que passe longe do trio xixi, coco, mamar.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

O medo e o amor

Com o passar do tempo, estou perdendo o medo que eu tinha da minha filha. Lembro da sensação, ainda no hospital, de pegar ela no colo. Eu morria de medo! Parecia que ia quebrar... Agora, o medo já começou a ir embora, sendo substituído a cada dia pela intimidade, pela prática.

Na hora de trocar a fralda, eu tinha medo de deixar muito apertada. Agora já sei qual é a medida certa para não comprimir a barriguinha dela. Tinha medo de cortas as unhas. Na verdade, morria de medo! Morria tanto que, na primeira vez, pedi para uma enfermeira que veio aqui em casa cortar para mim. E quando ela tirou um bifinho da segunda unha? Como ela veio de favor, fiquei com vergonha de dar esporro, mas morri de dó da filhota. Depois do primeiro bifinho, vi que o pior que podia acontecer era uma choradinha. Resultado: perdi o medo! Vou virar manicure pueril profissional! Também perdi o medo de ficar sozinha com ela. E de ouvir ela chorar. E de segurar de mil maneiras diferentes.

Pois foi-se o medo e veio o amor!

Confesso que acho uma besteira esse negócio de "Te amei desde que soube que te carregava no ventre". Nada disso... A gravidez é um momento repleto de puro romantismo. É tudo lindo e você não tem a menor ideia do que te espera. Pelo menos, eu não tinha. Aí, o bebê nasce e tudo vira de pernas para o ar! Literalmente!

O bebê chora e bate um desespero. E você está sozinha em casa, sem saber o que fazer. Ou o bebê está dormindo, quietinho, e também bate um desespero. E, novamente, você está sozinha em casa, sem saber o que fazer. Parece que é uma fase que não vai passar nunca. Ninguém fala sobre isso (isso é quase um Voldemort, aquele-que-não-deve-ser-nomeado), então você não se sente a vontade de falar sobre "isso" com ninguém. E chorar parece um pecado! Afinal, ter um filho é a melhor coisa do mundo. Como você pode estar chorando? Vão-se as visitas, ficam as lágrimas. Pois um dia, que não demorou muito a chegar, também foram-se as lágrimas. E nasceu o amor!

Ok, na verdade, as lágrimas ainda não se foram por completo, estão até começando a brotar um pouquinho agora... Mas são lágrimas de felicidade, da emoção mais pura, de saber que a Marina é minha para sempre, de sonhar com ela daqui a um, cinco, dez, vinte, trinta anos. São lágrimas de amor, de um amor que cresce a cada dia, que fica cada vez mais forte e que, agora, mesmo que não seja 100% verdade, me faz capaz de dizer "te amei desde que soube que te carregava no ventre".

É um amor dividido, que não é só meu. É do Dani também. E, quando vejo o amor dele, o meu cresce mais ainda! É um amor que traz preocupação, alegria, felicidade, desespero, mais alegria. Mas, o mais importante de tudo, é um amor que não nasce pronto, que brota de repente e cresce aos poucos, junto com ela, junto com a gente.

Tá na hora de mamar!

Nas minhas leituras blogueiras pós-parto, descobri que existem duas "técnicas" de amamentação.

A primeira se baseia na livre demanda, o que significa que você dá de mamar sempre que o bebê pede. Chorou? É fome? Dá-lhe peito. Achei que essa técnica traz alguns problemas e resolvi não adotá-la.
O primeiro problema é que, logo no início, assim que o bebê chega na sua casa, você ainda não reconhece os choros, não sabe o que é fome, fralda suja, incômodo, cólica ou sono. Bem, pelo menos eu não sabia. Acho que até hoje, 3 semanas depois, ainda não sei identificar muito bem os tipos de choros. Só sei mesmo qual é o choro da cólica, que esse não deixa dúvida nem para mim.
Outro problema que eu vejo na livre demanda é acostumar mau o bebê. O bebê se acostuma, sim, logo de cara. A Encantadora de Bebês diz que você nunca deve começar de uma maneira que não quer manter. É muito mais difícil tirar um mau costume do que acostumar bem desde o início.

Então, decidi criar uma rotina desde a primeira semana. E como eu poderia não criar uma rotina, né, bem organizadinha? Pois então, essa é a outra técnica! A ideia é ter tudo certinho, marcadinho e obedecer esses horários, pelo menos na medida do possível. (Também não precisa ser xiita.)
Eu estabeleci mamadas de três em três horas. De noite, na madruga, esse tempo fica um pouco mais espaçado, mas também não pode deixar passar muito. Isso significa que, aqui em casa, damos em média sete mamadas por dia, que duram em média 20 minutos no peito, mas chega a quase uma hora se considerarmos o tempo de conseguir pegar o peito direitinho, arrotar, trocar a fralda, mamar mais um pouquinho, voltar para o berço.

Confesso que esse controle dos processos mudou a nossa vida aqui em casa. A primeira semana foi bem caótica, mas, quando entendemos a importância de criar uma rotina (tanto para ela quanto para a gente), tudo mudou. Parece que a vida entrou nos eixos de novo!

Mas não é porque essa foi a técnica que decidimos adotar que ela é infalível e livre de problemas. A pior parte é quando chega a hora de mamar e, muitas vezes, a pequena está dormindo a sono solto. Dá uma peninha acordar para mamar, principalmente sabendo que ela vai demorar até conseguir conciliar o sono e dormir de novo. Tipo agora. Faltam três minutos para a hora regulamentar da mamada, e lá está ela no maior ronco. Aiai... Vamos dar uns 15 minutinhos de brinde para mim e para ela.

Para ajudar a estabelecer a rotina dos horários, nada como os milhares de aplicativos disponíveis no maravilhoso mundo do iphone! Viva Steve Jobs! Baixei e testei vários e o meu preferido é o BabyNursing. Ele é bem claro e óbvio quanto ao próximo peito (ninguém merece essa confusão de direito e esquerdo), marca o tempo da mamada, com direito a play e pausa (afinal, poucas são as mamadas que duram 20 minutos de uma enfiada só), tem quantidade de mamadas por dia, semana ou mês, média e total de minutos. E ele ainda me avisa de três em três quando "It's time to nurse Marina". Ou, se eu deixo passar um tempinho de bônus, ele me pergunta de novo "Did you remember to nurse Marina?" Então, não posso esquecer a minha filha. Vamos lá acordar a pequena!

sábado, 14 de julho de 2012

Os blogs

Confesso que passei a maior parte da gravidez (senão a gravidez toda) bastante alienada. Não li nada (ou quase nada) sobre gravidez, bebês, maternidade e afins, só meus aplicativos do iPhone, que, convenhamos, eram ótimos, mas super basicões. Era mais uma maneira de acompanhar a evolução biológica da gravidez e do bebê do que qualquer outra coisa. Eu sabia, a cada mês, do tamanho de que fruta estava meu bebê e qual era o órgão de destaque em desenvolvimento naquela etapa. E só!

Agora, já com a Marina no colo (ou no berço - mas conto essa história depois), minha literatura pueril aumentou bastante. Digo aumentou, e não evoluiu, porque não tenho lido nada de técnico, científico ou comprovado. Sem muitas revistas ou livros especializados, com muitos e muitos blogs!

É isso mesmo. Pronto falei! Estou virando rata de blogs. E vocês não imaginam a infinidade de blogs de mães que existem por aí. São muitos e muitos amores, tantos que nem dá para acompanhar. Tenho achado ótimo ler experiências de mulheres de verdade, gente como a gente, que erra e acerta, que já passou por isso e esta disposta a contar sua história, sem querer ditar regras, apenas dividindo seu ponto de vista, sua versão.

Tem coisa muito boa e outros que nem tanto. Já estou montando meus preferidos, seguindo uns tantos, recebendo por email, e tô adorando. Inclusive leio tudo pelo celular, em qualquer lugar, em qualquer momento, inclusive durante a amamentação, otimizando o escasso tempo de mãe de recém-nascido.

Para quem quiser se aventurar um pouco nesse vastíssimo universo, sugiro que visitem o Minha Mãe que Disse, um blog que se dedica a reunir todos os blogs maternos.

Boa leitura!

segunda-feira, 9 de julho de 2012

As últimas e as primeiras vezes


Antes de começar todas as nossas primeiras vezes, tivemos as últimas. A última vez em que dormimos sozinhos em casa, a última vez em que saímos para jantar sem preocupação, o último dia sem filho... Agora, começamos a sessão das primeiras vezes: a primeira fralda, o primeiro banho, o primeiro choro de dor.

Essa semana, tivemos a primeira mamadeira! Depois de mamar, demos o postrinho na mamadeira, para fazer uma primeira tentativa e ver se ela pegava. Não só pegou como devorou! E ficava com a boquinha aberta procurando mais, igual a passarinho no ninho. Agora já podemos deixar com a vovó e sair para jantar sem preocupação de novo. Será?

sábado, 7 de julho de 2012

Comédia pastelão

Cena 1
Dani, no banheiro, se prepara para fazer a barba.

Cena 2
Lulu troca a fralda de uma inocente criatura. Durante a troca, ela faz um ou dois cocozinhos. A mãe limpa novamente, com toda a calma e paciência do mundo. Aí vem o terceiro, não como os demais, mas em jato, sujando toda a mão da mãe, a cômoda, enfim, bagunça pura. A mãe pede ajuda para o pai, que larga tudo no banheiro e vem ajudar.

Cena 3
O casal está limpando a bagunça da pequena quando, de repente, a mãe olha para o banheiro e vê a pia, que estava tampada para o pai fazer a barba, ainda com a torneira aberta, transbordando, criando uma piscina no banheiro.

Cartela final
Bem-vindos a uma incontrolável e deliciosa vida com filhos!

quinta-feira, 5 de julho de 2012

As quintas-feiras e as mamadas

Acho que deve ter alguma maldição nas quintas-feiras. Ou talvez ela saiba que vai completar mais uma semana, ficar mais velha e entre em crise.

Quinta passada, tínhamos tido duas noites seguidas praticamente insones, muito cansativas, o que mata qualquer um, principalmente uma mãe emocionalmente sensível. (Ainda bem que o pai é um poço de tranquilidade nessas horas, dizendo que nada que vem da pequena o estressa nem desperta nenhuma ansiedade ou sentimento ruim nele. Não é lindo? Mesmo chorandinho, ele é pura paz do dela.) Bem, mas além das noites mal dormidas, estava bem difícil fazer ela mamar. Aí, fomos a uma consulta com a Stephanie. Foi ótimo. (Conto em detalhes sobre a consulta, a Stephanie e as aulas no próximo post.)

E chegou a quinta-feira seguinte, véspera de mais uma semana de vida. E nova crise. Dessa vez, é um choro incomodo durante toda a manhã. Não sei o que angustia: não saber por que ela chora, não saber dizer se é cólica ou não saber como ajudar. Resumo: estamos praticamente no esquema de livre demanda. Chorou? A mãe embala. Parou de embalar, chorou. A mãe faz carinho, parou o carinho, chorou. A mãe pega no colo e balança. Parou o balanço, chorou. Aí, peito! Mamou? Parou se chorar, pelo menos por quinze minutinhos... Acho que vou aproveitar para almoçar. E dá-lhe livre demanda hoje!

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Fiz uma tatuagem na cara

Sabe esse negócio de que tatuagem é para sempre? Pois é, como disse uma amiga muito esperta, filho é como tatuagem na cara, não só é para sempre, mas vira quase seu cartão de visitas.

Na teoria, todo mundo sabe que dá trabalho. Mas, na teoria, é outra coisa. Com essa mania de que eu sei de tudo, eu achei que soubesse... Tadinha, ledo engano meu. Eu não sabia de nada. Na verdade, ainda não sei de muita coisa. Sabe aquelas máximas de futebol, de que cada jogo é um jogo, de que futebol é uma caixinha de surpresas. Pois bem, elas se aplicam muito bem à maternidade.

Cada dia é um dia e, principalmente, cada noite é uma noite. E também é uma grande caixinha de surpresas! A realidade é bem diferente de tudo o que a gente imagina.

A dedicação é 100%. Você tem, inclusive, que calcular o seu horário de almoçar, de tomar banho e até de ir ao banheiro em função do bebê. Claro que dá para fazer outras coisas, afinal aqui estou eu, escrevendo no blog! Mas é sempre em função do horário do bebê, e não do meu. Eu escrevo quando ela deixa, enquanto ela dorme tranquila, entre uma mamada e outra, entre uma troca de fraldas e outra.

A interação ainda é quase nula. Dizem que o bebê te reconhece pela voz, sabe quem você é desde dentro da barriga. Mas ela ainda não sabe que é só a mãe dela que vai alimentar ela e abre a boca para qualquer peito que aparece pela frente. Os sorrisos ainda não são sorrisos de verdade, são apenas reflexos de um momento de prazer. Ela não reage a mim, reage a ela mesma.

O choro é a parte mais angustiante e desesperadora. E não conseguir fazer parar. E ela ficar reclamandinho a noite toda, e você não saber o que fazer para evitar aquilo. Momentos de pânico, em que o meu controle vai para escanteio. By the way, na minha experiência, estou descobrindo que manter o controle da situação é um dos pontos mais importantes para uma convivência harmônica em casa, entre todos nós. Mas isso é assunto para outro post!

O amor não é instantâneo, ele vai crescendo. Hoje, amo a Marina muito mais do que amava ontem e anteontem e no dia em que ela nasceu. É tudo um processo, meu e dela. O bebê nasce, a barriga some, a gravidez acaba, mas os hormônios persistem, e é preciso aprender a conviver com ele. A conviver com as crises de choro e depois com a culpa por ter chorado. Aos poucos, a avalanche de hormônios vai se acalmando, a vontade de chorar vai passando e o amor vai brotando, cada vez mais forte, mais intenso, mais para sempre. Mas é preciso ter calma.

O assunto passa a ser praticamente um só: coco mole e coco duro. Ou então mamou e não mamou. Às vezes, é fundamental falar de outras coisas, de trabalho (dos outros, claro), das pessoas (que não bebês), de política, futebol, literatura. Quem se habilita? Por favor! Senão, você acaba passando o dia inteiro comemorando puns e arrotos com vozinha de criança. E não tem adulto que aguente, né?!

O pai é indispensável. Realmente não sei como fazem as mães solteiras. E não estou falando de grana, estou falando de apoio moral, emocional, físico. Estou falando de um abraço forte enquanto você chora só porque ele disse que te ama, de ele ficar com o bebê à noite, depois de um dia de trabalho, porque sabe que o seu novo "trabalho" também é muito cansativo e desgastante.

Em 12 dias, a maternidade já me ensinou muito mais do que eu imaginava, sobre mim, sobre meu marido, sobre minha mãe, sobre minha filha. E sei que ainda tenho um longo caminho pela frente.

E tudo isso para chegar à mesma conclusão que já mencionei lá no início: ninguém sabe como é difícil até passar por isso! Mas vale a pena, cada vez mais!

Minha tatuagem

A primeira saída

A primeira saída a que me refiro é a minha, tá, não a da pequena... Ela só pode sair depois de um mês. Enquanto isso, é regime de semi-emprisionamento mesmo, meu e dela. Digo semi porque no sábado, quando ela tinha apenas uma semana e um dia, saí pela primeira vez. Que emoção! O céu estava azul, sem nenhuma nuvem, e não fazia muito calor. Era o dia perfeito, de verdade.

Assim que ela dormiu, tomei um banho demorado, com direito a lavar o cabelo, usar cremes e tudo mais. Só nisso já se foi uma meia hora. Depois, fui ao Zona Sul e fiz compras para praticamente um mês. Deve ter sido o meu inconsciente falando, para evitar que eu saísse de novo, que me mandou pegar tudo que eu visse pela frente. Resultado: facada!

Quando saí do Zona Sul, uma hora depois de ter saído de casa, ainda fui à feira, programa que eu adoro! Só que ela já estava dormindo a mais de uma hora e meia e começou a bater uma certa angústia. Falei com o Dani e tudo certo, a pequena dormia a sono solto. Comprei tudo rapidinho, inclusive a minha tapioca, e trouxe para comer em casa. Achei que sentar ali no banquinho, em frente ao Olympe, já era um pouco demais. Cheguei e ela ainda dormia. Deu até tempo de comer a tapioca antes de ela acordar para o lanchinho da manhã. Ufa!

Agora, tenho que começar o processo da bomba de leite para que, da próxima vez, a saída possa ser mais longa e o pai dê de mamar! Cada momento é um novo desafio...

terça-feira, 3 de julho de 2012

Dia de manicure

Sim, hoje foi dia de manicure. Fui acordar a pequena para mamar ainda agora e ela dormia profundamente. Tão profundamente que não acordou nem quando enchi ela de beijo.
Então, peguei na mãozinha dela e me veio a ideia um tanto ousada: hora de cortar as unhas. E assim foi.
Com a tesourinha em punho, enfrentei cada um dos dez dedinhos. O objetivo principal não é cortar rente ao sabugo, e sim evitar os cantinhos pontudos. Resumindo, cortei as unhas da minha filha, deixando bem redondinha, e sem tirar nenhum bifinho! Sucesso puro e mamada generosa de recompensa por ela ter se comportado tão bem durante a minha empreitada.
Mais um obstáculo vencido!

segunda-feira, 2 de julho de 2012

O blog e o bebê

Esse assunto de que, com bebê pequeno, você não tem tempo para mais nada é meio furada... Confesso que tenho medo de dizer essas coisas e, depois, acabar me dando mal, caindo lá no fundo do poço. Mas, por outro lado, em todo lugar que fala sobre bebês recém-nascidos, você lê que eles dormem muito, aproximadamente 16 horas por dia. Das 16 horas, você pode dormir 10h. Sobram 6 horas para tomar banho, comer, ver TV, entrar no computador e otras cositas más, sempre dependendo de como você se organizar.

Pois bem, tenho conseguido me organizar, mas os mil e um temas que brotam na minha cabeça, sobre os quais quero falar, contar, refletir, não tem conseguido se concretizar de fato. Estou anotando tudo numa listinha no iphone e espero, em algum momento próximo, conseguir escrever tudo. Porque é muita coisa, muita coisa boa, muita coisa nova, muita coisa estranha, muitas emoções, muito tudo.

Então, passei por aqui rapidinho, só para dizer que não é necessariamente por falta de tempo que não tenho escrito. É, sim, uma questão de prioridades!

Mas, para não perder a viagem, deixo um beijo e agradeço a todos que estão pensando na gente agora, enquanto a pequena dorme a sono solto, benza Deus!