sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Dois problemões

Atualmente, estamos com dois problemas bem sérios lá em casa.

Problema 1
A Marina tem acordado todas as noites! Todas! Às vezes, ela acorda às 2h da manhã, outras às 4h. Quando é às 5h é mais tranquilo. Agora, no meio da madrugada não rola. Ela vem, o Dani sai. E ninguém dorme bem, só ela, né?! Às vezes, ela chega e dorme rapidinho, mas, na maioria das vezes, ela chega bem acessa. Deita na cama, mas quer puxar papo. Conversa, pergunta, pede água, chupeta, outra chupeta. É tão frustrante... Tanto que decidi que, em vez de puxá-la para cima, precisava agir e levá-la de volta para a cama dela todas as noites. Não sei se vai resolver, mas tenho que tentar fazer alguma coisa. Como está não dá para ficar.
O problema é que estamos sempre tão cansados que o ato de puxá-la para cima é quase automático. Tenho que fazer uma força incrível para levantar e ir para o quarto dela. E outra força mais incrível ainda para não deitar e dormir ao lado dela. Já tentei fazer isso, mas já não consegui. Preciso tentar de novo! E força!

Problema 2
Ultimamente, a Marina tem dado ataques de manha de mãe. Mas ataques mesmo. Quer ir no banheiro, mas é só comigo. Não pode com o papai, não pode com a Rê, não pode com a vovó. Quer ir no meu colo, e só pode ser no meu. Se alguém pega um pouco, é choro incessante, se jogando na minha direção. Não adianta dizer que eu estou do lado dela, que vou junto, que dou a mão. E esses são só dois exemplos. Por aí vai, ao infinito e além.
Tão além que, outro dia, eu ia sair com as minhas amigas. Marina ficou em casa com o Dani, estavam vendo Toy Story. Eu saí e o show começou! Ela ficou 15 minutos gritando, berrando, chorando e esmurrando a porta de casa, chamando a mamãe. Tanto, tão forte, tão assustador que eu voltei. Na verdade, essa história foi o divisor de águas.
Depois disso, decidimos que, embora ela ainda não aceite sempre, vamos insistir mais. Não quer ir no colo do vovô? Vai até a esquina. Confesso que, depois disso, as coisas já melhoraram. Ainda falta um pouco, ela ainda cisma com a mamãe em algumas situações. Eu explico muito que não pode ser assim, que todo mundo precisa participar, que as pessoas fazem as coisas de maneiras diferentes e é muito legal descobrir o jeito de cada um, que a mamãe, por exemplo, coloca o sapato com ela sentava no chão. O papai gosta de sentar ela em cima da mesa. Como será que a vovó vai calçar o sapato da Marina? E assim vamos tentando.

O importante é não esmorecer nunca!

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

A mulher e a maternidade

Antes de ser mãe, eu trocava de brinco todo dia. Hoje, uso sempre as mesmas pérolas, porque, se tirar o brinco, o mais provável é que esqueça de colocar outro.

Antes de ser mãe, eu tomava banhos longos, menos quando estava atrasada. E o nível de maquiagem que eu usava dependia exclusivamente de mim, e da hora que eu tinha acordado. Hoje, meus banhos são ágeis, minha maquiagem, idem. Só não consigo ser mais rápida porque preciso administrar os pinceis e batons na mão da Marina.

Antes de ser mãe, eu passava bastante tempo fazendo nada, deitada, descansando, vendo TV, lendo. Nunca fui de dormir até muito tarde, mas tinha manhãs preguiçosas! Hoje, relaxo em torno de uma hora por dia, depois que a Marina dorme, enquanto eu janto, vejo alguma programa de TV e, em seguida, desmaio.

Antes de ser mãe, se não tinha comida em casa, eu dormia sem comer, ou pedia uma pizza. Hoje, não posso mais não ter comida em casa, nem que seja uma banana ou um biscoito.

Antes de ser mãe, eu atravessa a rua correndo quando dava uma brecha entre os carros. Hoje, espero o sinal fechar.

Antes de ser mãe, eu já era organizada com a minha casa, com as minhas coisas, com as minhas contas. Hoje, continuo organizada com a casa, e bem mais. Com as minhas coisas também. Já com as contas...

Antes de ser mãe, o trabalho era minha principal fonte de preocupação. Hoje é só mais uma delas.

Antes de ser mãe, eu planejava a minha viagem com base nos meus interesses, no meu calendário. Hoje, penso primeiro nas opções interesses que os locais oferecem para criança, depois vejo como vou me encaixar nisso tudo.

Antes de ser mãe, eu era livre. Se alguém quisesse marcar um chopp, eu ia na hora. Hoje, preciso de esquema para tudo.

Antes de ser mãe, eu estava sozinha, fazia as coisas sozinha, ia ao mercado sozinha. Hoje, estou sempre acompanhada. E só tem dois momentos em que eu realmente estou sozinha: no trabalho e na manicure.

Antes de ser mãe, eu gostava de música. Hoje, ainda gosto. E gostava de ler. E ainda gosto, embora não tenha mais tanta disponibilidade. E fazia um milhão de coisas que hoje realmente não consigo, seja por falta de tempo ou mudança de foco.

Quando olho para trás e penso em como eu era antes, vejo algumas coisas que eu não gosto. Eu era muito impaciente (bem mais que hoje) e irritadiça (way more). E sempre trabalhei muito. Aí, sobrava pouco tempo para mim. Se eu soubesse, talvez tivesse tentado administrar as coisas um pouco melhor, como preciso fazer hoje para me virar com trabalho, filha, marido, casa e eu. Tudo isso para dizer que a essência continua sendo a mesma, mas a maternidade muda a gente, me mudou, e muito. E para melhor.


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Terrible twos: vontades e humores

Muito se fala sobre os terríveis dois, idade em que a criança começa a se descobrir como indivíduo, com desejos próprios. É a fase do não, dos chiliques para trocar de roupa, das birras para comer, dos acessos de raiva quando não é atendido na hora, da gritaria no meio do shopping. Cada criança tem sua forma de demonstrar o que quer, algumas mais fortes que outras. Lá em casa, os terrible twos se resumem a duas condições principais: vontades e humores.

Sim, como toda a criança, a Marina tem muitas vontades. Vontade de usar uma roupa em vez de outra, de comer isso em vez daquilo, de brincar com esse brinquedo, e não com o outro, e por aí vai. Pode parecer fraqueza da minha parte, mas, sempre que possível, tento atender o que ela quer. Afinal, porque ela precisa vestir a blusa verde se, na verdade, quer usar a azul? Só por que não combina? Eu aviso que não combina, mas se, ainda assim ela quer a verde, vai de verde, ué? Quer ir para a escola de sapato de festa? Mas filha, esse sapato é de festa. Mas eu quero! Então vai. Quer ir de pijama de princesa? Aí não pode, porque pijama só pode usar em casa, para ficar bem limpinho na hora de dormir!

Isso é só um exemplo, mas podemos aplicá-lo a várias situações diferentes. Quer brincar de boneca, em vez do brinquedo que eu separei? Vai lá! Não quer levar o brinquedo que a vovó deu para ela ver como você gostou? Não leva. Quer brincar com a faca? Aí não pode, porque é perigoso e machuca!

Na parte das vontades, acrescento também o "não". Nessa idade, a palavra mágica não é por favor, nem obrigado. É "não"! Outro dia, fui buscar a Marina no colégio. No carro, fui tentar conversar com ela. Fiz várias perguntas:
- Como foi o seu dia hoje?
- Foi tudo bem.
- Você foi na aula de natação?
- Não é aula de natação, é natação!
- Você foi na natação?
- Não!
- Brincou de massinha?
- Não.
- Brincou de lego?
- Não.
- Quer ir para a casa?
- Não.
- Quer ficar no carro?
- Não?
(Agora a pergunta infalível!)
- Quer pão de queijo?
- Não.
- Tudo bem, então não vamos comer pão de queijo.

E aí, pronto, vem os humores como consequência disso tudo, de todas essas vontades. E ela começa a chorar, pedindo pão de queijo, dizendo que quer pão de queijo. E não adianta racionalizar, dizer que ela acabou de dizer que não queria. O choro não para, não é proposital, não é pensado. Parece uma reação quase involuntária, mais forte que ela, que ela não consegue e não sabe como controlar.

Às vezes, quando digo que não pode brincar com a faca, ela larga a faca e pronto. Já outras vezes, dá um ataque, chora, se joga no chão. O mesmo quando tem que trocar de roupa. De novo, não adianta se desdobrar em explicações mirabolantes, o que não significa que eu não explique. Até explico por que não pode, mas essa explicação serve mais para mim do que para ela, para eu me acalmar, falar com a voz tranquila e passar essa sensação para ela mais através da minha postura do que das minhas palavras.

Mas, como nem tudo são flores, infelizmente não consigo me manter tão calma e pacífica todas as vezes, não dá para manter um comportamento 100% estável e uniforme em todas as várias situações que ocorrem num único dia. Às vezes, largo ela chorando lá para ver se acalma. Normalmente não acalma. O que resolve mesmo é uma chupeta, um abraço, um colo. Então é isso que eu faço. E vou aprendendo, né?!


sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Amigas com filhos x amigas sem filhos: como fica?

Podemos dividir as mulheres em três categorias:

1) Aquelas que têm filhos
2) Aquelas que não têm, mas querem ter em algum momento próximo
3) Aquelas que não têm e não querem ou aquelas que não têm e nem pensam nisso no momento

Com certeza todo mundo tem pelo menos uma amiga que se encaixa numa categoria ou na outra.

Aí, você tem filho e, depois da sua vida inteira mudar e virar de pernas para o ar, a sua relação com as pessoas também muda. Muda a relação com o marido, que ganha a perpectiva de pai. Eu me enchi de orgulho ao ver o Dani cuidando da Marina e dando banho nela. O amor ganha um novo tempero. Muda a relação com a mãe também. Eu descobri, finalmente, aos 32 anos, como a minha mãe me ama. E agradeço imensamente por tudo que ela sempre fez e ainda faz por mim. E também aprendo muito, todo o dia, com a maneira dela de ser mãe. E, inevitalmente, muda também a relação com as amigas.

Das amigas que têm filhos, nos aproximamos de novo. Dividimos o mesmo cotidiano, os mesmos assuntos, interesses semelhantes, algumas dicas.

Com aquelas que não têm, mas planejam, mantemos um relacionamento próximo, já que elas querem ter um bebê por perto. Elas se interessam pelos assuntos maternos monotemáticos e querem saber, mas continuam tendo suas vidas livres e independentes, seus horários, sua rotina, seus programas.

Já as amigas que não têm filho e nem planejam ter costumam ser solidárias, afinal são amigas, mas não costumam entender como a vida muda quando viramos mães. E a vida muda tanto que achei melhor escrever um post só sobre isso, sobre a mulher e maternidade, as mudanças que vivemos no nosso cotidiano, na nossa vida, nos nossos costumes, no nosso modo de pensar, E não é voluntário, a gente não planeja mudar nada disso, acontece. É natural, vem vindo, e, de repente, viramos pessoas diferentes! E melhores! (Pelo menos eu acho, né?!)


terça-feira, 4 de novembro de 2014

Três porquinhos e o lobo mau - DIY

Lá em casa, a história dos três porquinhos e o lobo mau é um sucesso garantido. Marina adora se esconder atrás das almofadas, enquanto eu assopro como o lobo para derrubar tudo. Temos até um fantoche dos porquinhos, e brincamos de contar a história no teatrinho de fantoche. Mas, não satisfeita, resolvi que ia fazer os personagens em casa, criar com as próprias mãos, sejam elas talentosas ou não.

Para embarcar nessa nova empreitada DIY, mergulhei na internet. Vi vários modos diferentes de fazer, com diferentes materiais e níveis de dificuldade. Escolhi um com coisas que eu tinha em casa e/ou fácil acesso. Os porquinhos e o lobo eram feitos de rolo de papel higiênico e decorados com papéis coloridos.

Numa papelaria comum, comprei um papel rosa claro e um rosa mais escuro. Acho que era tipo papel de presente. Só que não tinha um marrom. Então, para o marrom, comprei um papel bem mais fino, quase papel de seda. Fiquei até com medo se ia funcionar, mas funcionou. Também fizemos as casinhas de palha, madeira e tijolo. A de palha foi feita com um contact decorado numa textura que lembra a palha (de longe, mas lembra). A de madeira foi feita de palito de picolé (que também comprei na papelaria). E a de tijolo ficou só na cartolina mesmo, e eu desenhei os tijolos tosquinhos.

Fui fazendo no feeling, usando a foto que tinha encontrado na internet como modelo. E o resultado ficou bem caseiro, e bem gracinha.