terça-feira, 28 de janeiro de 2014

No dentista

Segunda-feira, levei a Marina ao dentista pela primeira vez. Há uns quatro meses, ela caiu e quebrou o dente. Observei nos dias seguintes à queda, o dente não escureceu e não parecia doer. Ela ficou numa boa e não afetou o apetite. Mas o fantasma do dente quebrado sempre pairou por cima da minha cabeça.

Além disso, a escovação aqui em casa é uma guerra constante. De manhã, antes de ir para a creche, e de noite, antes de dormir, sento na privada, seguro a Marina bem firme e escovo os dentes dela. Ela grita! Quando grita, abre a boca e eu aproveito para enfiar a escova. Beleza! Mas isso duas vezes por dia é muito estresse. Ninguém merece... Eu acreditava que poderia haver uma forma mais simples.

E mais ainda, de uns tempos para cá, eu tenho notado umas manchas pretas nos dentes da Marina. Estava horrorizada, achando que a minha filha estava cheia de cáries, de dente sujo e mal lavado. Mas as manchas mudavam de dentes. Era meio estranho...

Aí resolvi que já estava mais do que na hora de ir ao dentista, embora ela só tenha 19 meses. E fomos! E foi um sucesso. Escolhi a minha própria dentista pediátrica, mas cheguei à conclusão de que eu não lembrava de quase nada dela ou do consultório.

Ao chegar, junto com a ficha de cadastro, tinha também umas orientações / esclarecimentos. Ótimo! Dentre outras coisas, dizia para deixar a criança chorar, afinal é a maneira dela de se comunicar. Não devemos dizer para o bebê não chorar. Deixa ele. E a dr. Lilian é super paciente. Se o bebê não quer subir na cadeira agora, sobe daqui a pouco, se não quer brincar com o leão, brinca com o coelho. Tudo com muito carinho, muito sorriso, voz mansa e paciência, mas sem descambar para o exagero. Voltei para casa com mais duas escovas, próprias para a idade, e uma luvinha de dedo.

Ela ainda deu uma lixada no dente quebrado da Marina, pois estava muito afiado e, numa futura queda, poderia machucar. E passou um produto para não deixar aquele dente sensível. Em quinze dias, voltamos lá para mais uma sessão de lixada e para passar novamente o produto.

De importante, ficou o seguinte:
- Infelizmente, a escovação guerra é importante, principalmente à noite, quando não há movimentação de saliva na boca e as bactérias aproveitam para fazer a festa.
- O importante é tirar a placa dos dentes. Então, depois do leite da noite, se não rolar escovação, tem que passar uma luvinha ou fraldinha nos dentes.
- Chupeta é ruim, mas não é o pior dos mundos.
- Complementos de ferro (como o Kalyamon Kids, que a Marina toma) mancham os dentes de preto! Mas as manchas saem. É só esfregar (em meios aos gritos, claro!).
- Pancadas nos dentes de leite, principalmente quando eles voltam para dentro, podem afetar os definitivos.
- A luta na escovação não gera trauma, pois não dói e não machuca. O bebê só acha desagradável e não quer fazer aquilo.
- A pasta é praticamente dispensável ou então em quantidades realmente mínimas. 

De uma mãe super ansiosa em relação aos dentes da filha (e em levá-la ao dentista), passei para uma mãe super satisfeita com a dentição da pequena, feliz da vida com minha nova dentista e resignada ao fato (importantíssimo) de que terei que continuar lutando com a minha filha para escovar seus dentes. Tá bom assim!

Frescura dos outros

(Saudades imensas daqui! Para variar...)

Os assuntos acumulados são tantos que é até difícil Para começar a matar a saudade, começamos com uma história bobinha, porém bem significativa.

Uma das minhas maiores surpresas depois que a Marina nasceu e eu virei mãe, foi o meu relaxamento! Achei que fosse ser muito mais neurótica, nervosa e tensa. Mas me vi uma mãe tranquila, sem neuras, com bem menos preocupações do que eu imaginava. Isso se aplica a várias situações diferentes.

Marina se aproxima da escada, todo mundo em volta se apavora, eu digo: "Filha, cuidado com a escada." Ela para! Poderia não parar, mas para. Já aprendeu. Assim espero.

A quina de vidro da mesa de jantar da minha casa, então, dá pano para manga. A Marina já conhece de cor e salteado e não bateu a cabeça ali nem um vezinha sequer. Mas todo mundo fica nervoso com a quina afiada. Se tem criança de fora, aí sim pode ficar um pouco mais preocupada, redobrar a atenção e botar a mão para evitar pancadas. Mas também nunca teve nenhum acidente.

Para terminar, a história motivadora desse post.
Estávamos no clube, brincando no parquinho. Quer dizer, o parquinho estava ali, mas a Marina estava brincando na rampa e no portão do parquinho. Abre o portão, fecha o portão, sobe a rampa, desce a escada, abre o portão, e assim continua a brincadeira ad infinitum, até a mãe malvada pegar a criança e levar embora. Durante a diversão, um casal chega com o filho. Passa pelo portão e vê que tem uns fungos se acumulando ali, bem longe da mão da minha pequena. Ficam horrorizados, dizem que não posso deixar ela tocar ali, podem ser venenosos, vão avisar a gerência para eles tirarem aquilo dali, afinal, que absurdo. Parei! Parei de ouvir aquele blablabla. Isso, filha, abre o portão! Agora fecha! E brinca! E vai ser feliz!