sexta-feira, 12 de abril de 2013

A privação do sono

Não tem coisa pior para um pai do que ficar sem dormir. O cansaço do corpo domina a alma e prejudica todas as atividade diárias, estejam elas relacionadas à criança ou não. Eu fico sem apetite, não consigo comer, morro de sono no trabalho, fico desatenta no trânsito, fico sem paciência com a criança. Ou seja, fim dos mundos!

Desde o início, como já contei trocentos milhares de vezes, fiz questão de colocar a Marina numa rotina, como indica a Encantadora de Bebês. E foi ótimo. Ela nunca teve problema para dormir, então, o simples fato de estar inserida naquela rotina previsível já era suficiente. Nunca precisei, por exemplo, usar muito os outros métodos que a Encantadora sugere, como  o Pick Up Put Down (Pegar a Criança no Berço, acalmá-la no colo e colocá-la de volta no berço ainda acordada). E tem que fazer isso quantas vezes sejam necessárias, até a criança dormir. O método PU/PD também inclui um tempo de espera entre um colo e outro, mas, embora deixe a criança chorar um pouco, você a pega no colo para acalmá-la em intervalos pré-definidos.

Mas, se meu bebê dorme como uma pedra, para que estou aqui a falar sobre isso? Pois é, dormia... Já me disseram algumas vezes que é quando tudo está dando certo que tudo muda! E não é que é verdade mesmo? Quando você finalmente entra nos eixos e consegue organizar a sua vida daquela maneira, tudo muda e você precisa reorganizar tudo... aiaiai...

Antes, a Marina dava uma leve acordada. Era um choro bobo que uma simples chupeta resolvia na hora. Agora, o choro evoluiu. A chupeta não basta. Muitas vezes ela chora, inclusive, com a chupeta na boca. Tem que pegar no colo e ninar. Aí, tento colocar de volta no berço. E ela chora. E eu pego e nino. E tento devolver para o berço e ela chora e... Querem que eu continue? Tem noites em que estou ótima, em que encaro isso numa boa, cheia de paciência e, mais importante ainda, cheia de amor. Mas tem outras em que não me aguento, seja de sono, de cansaço físico, de cansaço emocional, de saco cheio, de impaciência. E é para isso que existe o pai, bendito pai! (Impressionante como nos completamos! Quando eu estou cansada, o Dani está ótimo, quando o Dani está um caco, eu encaro na boa.)

Mas é essa imprevisibilidade, esse mistério constante que ronda as nossas noites que me mata. Realmente não sei lidar bem com situações que eu não controlo e aí é batata, choro, choro muito! E me vejo com um bebê de nove meses no colo, como se fossem aqueles primeiros três meses desesperadores. Sou totalmente dominada por esse desequilibrio emocional dos pais que não dormem e acho que isso vai durar para sempre, que a Marina nunca mais vai conseguir dormir direito, nem eu, nem o Dani. E choro de soluçar, e olho para a aquela família maravilhosa e vejo meu marido dizer: "a  gente ama você! Não somos nada sem você!" E choro mais ainda, um pouco ainda pelo desespero, e muito porque sei que tenho muita sorte de tê-los do meu lado! Então passa.

Ela continua não dormindo bem, mas o momento de desespero passou. Agora, é esperar a otite passar e atacar o problema de frente. Depois conto o final da história (feliz, espero!)

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