sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Expectativa de adulto X expectativa de criança

Desde que fiz 15 anos, cheguei à conclusão de que expectativa é uma merda... Meu presente foi uma viagem para a Disney, que incluía um cruzeiro. Eu estava na maior expectativa para essas três noites no cruzeiro, achando que seria o máximo dos máximos. No primeiro dia, fiquei enjoada e me deram um dramin. Dormi o dia inteiro. O segundo dia teve uma parada em Cozumel. Íamos fazer um passeio de snorkel, mas o mar estava lotado de água viva e eu surtei dentro d'água. Meu pai voltou comigo e fiquei na praia sozinha, enquanto minha mãe e meu irmão não voltavam. (Meu pai me deixou na praia e foi fazer um mergulho em alto mar.) No terceiro, fiz todas as atividades disponíveis no navio, mas não chegou nem aos pés do que eu achei que fosse ser...


Essa introdução toda é só para eu me lembrar que a expectativa, realmente, é uma merda. Ontem, tinha combinado de sair com a minha avó e a Marina, depois de duas semanas sem conseguir marcar com ela. Peguei a Marina no colégio, enfrentamos um trânsito de 20 minutos (!!!) para descer da rua do colégio dela e fomos para a casa da Nonna. Falei para a Marina que íamos para lá e que a Nonna ia dar uma camisola de princesa para ela, da pequena sereia. (Ela já tem uma e a-ma!) Ela disse que não, que queria ir para casa, estava cansada. Eu dizia que íamos, que ia ser legal. Ela repetiu que estava cansada e queria ir para casa. Mas fomos. E ela deu ruim. Reclamou, choramingou, não comeu, fez birra. Eu, óbvio, também fiquei super irritada e sem paciência...

Aí, fiquei pensando nas expectativas, em como conjugar vontades e expectativas de adultos e crianças. Será que era para eu ter cancelado com a minha avó? Se fosse eu que estivesse cansada, será que eu cancelaria? Ou será que, com toda a minha maturidade, saberia me controlar? O negócio é que a criança não sabe fazer isso, não tem essa maturidade de sentimentos, ainda é tudo muito cru, não existe auto controle. E como eu poderia saber diferenciar se ela estava dizendo que não queria ir de bobeira ou se não queria de verdade?

Não sei responder a nenhuma dessas perguntas, não sei o que farei numa próxima vez. Talvez eu tente fazer diferente para evitar um programa desagradável para todo mundo, ou talvez não tenha jeito, seja um compromisso inadiável e tenhamos que ir. Mas, do fundo do meu coração, acho que, numa próxima oportunidade, vou tentar ouvir um pouco mais a minha filha, por mais que isso signifique não fazer algo que eu quero. O resultado de ir com ela a contra gosto certamente é bem pior...

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