sexta-feira, 17 de agosto de 2012

I quit

Minhas opiniões acerca de parto e amamentação nunca foram radicais, nunca fui daquelas que defende a causa com unhas e dentes e sai pela Rio Branco de peito de fora em passeata. Não mesmo! Sempre preferi parto normal e amamentação integral até pelo menos os 4 meses, preferencialmente até os 6.

Aí, chegou minha hora de parir. Parto normal, claro. Afinal, tudo conspirava ao meu favor: Marina encaixada, super dilatação (tanta que o mais seguro foi até induzir o parto, em vez de passear por aí com 6 cm de dilatação...), enfim, tudo perfeito. Começou a indução e nada é tão fácil quanto parece. Duas horas e nada, estava exatamente igual a quando cheguei no hospital. E dá-lhe toque para medir e tentar estourar a bolsa. E dá-lhe desagrado, incomodo e uma dorzinha bem chata. E pode aumentar a anestesia aí, doutor. E nada ainda. Então, já cansada de tudo aquilo, sozinha com o Dani na sala de pré-parto, perguntei se ele não achava melhor resolver logo tudo aquilo, fazer o bebê nascer de uma vez. Não pronunciei a palavra, não perguntei se não era melhor partir para a cesariana, mas foi exatamente isso que eu quis dizer. Ele disse que não, que a gente devia esperar um pouco mais, segurou minha mão e disse que ia dar tudo certo. Ok, esperemos. E esperamos, e a Marina nasceu de parto normal. (Depois conto mais sobre o parto num post específico.)

Aí veio a hora de amamentar. No início, foi difícil, éramos duas que não tínhamos ideia do que fazer. Éramos duas aprendendo juntas. E nada mais difícil (e mais mágico) do que aprender junto, sem ninguém para ensinar. Mas logo aprendemos e deslanchamos. Foi tudo um sucesso. E uma praticidade sem fim. Tá com fome, filha? É só levantar a blusa abrir o sutiã, tirar a concha e meter o bocão! Beleza pura! Aí, ela chora e chora e chora. E tá magrelinha que só. Resultado: a pequena está com fome e a mãe, com pouco leite. (Depois, também vou dedicar um post exclusivo a fase bem sucedida da amamentação.)

Aí começa o estresse. Vamos dar complemento, mas não na mamadeira. O complemento vai através de um tubinho, que ela suga junto com o bico do peito. Assim ela continua estimulando o peito e não se acostuma com a facilidade da mamadeira. Então, a maratona começa assim: ferver água mineral e esfriar até a temperatura certa para ela tomar. Misturar o complemento, colocar no mamatutti, dar o peito. Depois que ela pegar direito, inserir na boca dela, colado ao bico do peito, o tubinho, tipo uma sonda, ligado ao mamatutti com o leite artificial. Aí, ela mama tudo! Mamou? Tem que trocar a fralda. Trocou? Brinca um pouquinho com ela e coloca no berço ou no minhocão do meu lado. Aí, enquanto ela adormece, tenho que tirar um pouco de leite com a bomba para estimular, uns cinco minutos de cada lado. Acabou? Tem que lavar e esterilizar tudo. Pronto? Daqui a mais ou menos uma hora começa tudo de novo! E ainda tem as cápsulas de alfafa, o chá da mamãe, a canjica! Cansou? Eu também!

Aí vem aquele mesmo pensamento lá do dia do parto. Adoraria amamentar minha filha exclusivamente pelo menos até 4 meses, mas é um sacrifício, uma trabalheira, um estresse. É, sim! Não quer dizer que eu vou desistir. Afinal, para isso tenho o Dani, para me incentivar a fazer o melhor para ela, mesmo que tenha que levantar as 4h da manhã e esquentar o leitinho. Realmente, nada como a praticidade da amamentação!

Tem que jogar a vontade de desistir para debaixo do tapete, insistir um pouco mais, persistir e torcer para que a amamentação volte ao normal, que o peito comece a jorrar leite! Não é moleza, mas a Marina agradece!

E, como dizem por aí, there's no free lunch, nem para a pequena!

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