quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Paternidade acidental

*** Antes de começar, gostaria de deixar claro que, apesar de ter lido o livro da Encantadora de Bebês, não sou adepta fervorosa ou defensora das práticas e ideias que ela apresenta. Concordo com umas coisas, discordo de outras. Para mim, um dos melhores conceitos que ela apresenta, que também é uma das maiores pegadinhas da maternindade, é a paternidade acidental. ***

A paternidade acidental é um conceito apresentado pela Tracy Hogg (encantadora de bebês) que, por mais simples que possa parecer, na verdade, é bem complicado. A paternidade acidental é tudo que fazemos na hora do desespero, quando a gente não sabe mais o que fazer e tem que dar um jeito naquela situação o mais rápido possível, por mais que saibamos que não é o certo a se fazer.

O exemplo da criança que não dorme é o mais batido e a paternidade acidental pode aparecer de várias maneiras, seja colocando a criança para dormir na cama dos pais ou levando para dar uma volta de carro. Ou a criança que não come, que ganha um danoninho e um nugget em substituição ao jantar, só para não ficar de barriga vazia. São atitudes tomadas sem planejamento, apenas para por fim a uma situação problema. Só que, na verdade, infelizmente, isso não é uma solução, porque acaba prolongando o problema...

Para não cair na armadilha da paternidade acidental, a Encantadora diz para você não começar como não quer continuar. Só que, na prática, isso não é assim tão simples. Podemos aplicar isso a um milhão de pequenas coisas do dia a dia que, somadas, geram um estresse e cansado danados.

Não é só na hora de dormir que precisamos ser consistentes para não cair em armadilhas. Na verdade, não é sequer uma questão de consistência ao educar a criança. Eu amplio um pouco esse conceito, aplicando até nos pequenos detalhes mesmo. Um dia, ao dar banho na Marina, levamos umas letrinhas que grudam no azulejo para brincar. É um brinquedo de banho, ok, sem problema. Só que a brincadeira se prolongou por muitos e muitos minutos. Muitos mesmo! Aí, no banho seguinte, deixei as letrinhas de lado e levei outro brinquedo. Só que ela queria as letrinhas! Outra noite, ela pediu para ver Frozen. Já estava tarde e resolvi colocar só um clipe no iPad, já na cama. Grande erro... Adivinha o que ela queria na noite seguinte? E isso nos leva ao momento do não, em que termos que ser mais firmes que a criança.

Na hora do não, na minha opinião, ou a gente cede de primeira, sem nem brigar (o que aconteceu aqui em casa nessas duas vezes) ou bate pé no não, que é não mesmo e pronto, independente do nível de choro que isso vá gerar. Sei que mudei de assunto, e não quero misturar tudo. Então deixamos o não para a próxima.

Sei que cada mãe vai ter um milhão de exemplos dessas coisas pequenas que, sem querer, viram mania e entram no repertório familiar. Às vezes, a gente só queria agradar, mas o tiro acaba saindo pela culatra...

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