segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Quando o coração respira aliviado

Às vezes, o nervosismo e a ansiedade são incontroláveis. Depois de perder um bebê, por mais tranquilo que tenha sido o processo, por menos que você tenha sofrido e por mais rápido que você tenha se acostumado e ficado em paz com o que aconteceu, é impressionante como o nervosismo e a ansiedade passam a fazer parte de qualquer futura gravidez. Sim, estou falando de mim!

Antes de ir para a África, minha menstruação estava ligeiramente atrasada, mas nada que o meu ciclo irregular não pudesse estar querendo me enganar. Viajamos, eu enjoei, mas a Marina também, então atribuí a alguma coisa que nós comemos. Voltamos e nada ainda! Resolvi fazer o exame de sangue. Deu positivo, o beta deu mais de 50 mil. Já era bastante coisa, mas não o suficiente. Naquele momento, vi como ter perdido um bebê tinha me afetado. Um resultado positivo no exame de sangue ainda não era um positivo para mim. Precisava fazer a ultra. E marquei para o dia seguinte.

A primeira imagem que vi foi uma mancha preta vazia. O coração quase parou. Perguntei logo se tinha alguma coisa ali dentro. A médica disse que tinha, mas que, antes de olhar o bebê, ia olhar o útero, ovários, etc. E tinha bebê, e tinha coração batendo, e tudo lindo. Na semana seguinte, fui à minha médica e, pelas contas do ultrassom dela, eu estava com 1 dia a menos do que a ultra feita na semana anterior. Isso já plantou mais aquela pulguinha...

Bem, mesmo assim, era oficial: estou grávida! Mas, lá no fundo, sinceramente, eu ainda não estava satisfeita. Estava mais magra do que há bastante tempo, quase com o mesmo peso de quando engravidei da Marina. Ainda não tinha barriga nem sentia mexer. Só sentia enjoo, muito enjoo, bem diferente de qualquer sintoma que senti com a Marina. Ok, é normal, mas sempre achei que fosse meio mito, meio frescura. Não é. Na teoria, o enjoo é um ótimo sintoma. Significa que seu corpo está produzindo um hormônio que segura a gravidez. Mas é incômodo e, sinceramente, acho muito estranho o único sintoma da gravidez (uma coisa tão mágica e incrível) ser uma sensação ruim... Resumindo: ainda não estava satisfeita.

Decidimos não divulgar até completar três meses. No início, achei que não conseguiria. Mas confesso que estava tão ansiosa que acabou não sendo tão difícil, afinal, eu ainda precisava confirmar para mim mesma também. E passei cinco semanas ansiosa, esperando chegar o dia de mais uma ultra, o dia de fazer três meses. E chegou!


E meu bebê tá lá, todo lindo, vira de um lado para o outro, de cima para baixo, cheio de espaço na barriga. E ganhando vários beijos da irmã e do pai e muito carinho meu. Seja bem-vindo à nossa família! E bem-vinda eu ao segundo trimestre da gestação!

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