domingo, 23 de fevereiro de 2014

As manhãs de uma mãe

(Não estou falando das minhas manhas, mas das minhas manhãs, tá?)

No fim do ano passado, o Dani fez uma viagem longa e, desde então, tinha guardado na minha listinha um assunto sobre o qual eu queria falar. Agora, com o Dani em nova viagem, e com a manha renovada que povoa a minha casa de manhã, resolvi trazer o assunto à tona.

Momento flashback: Lulu em Dezembro
Estar sozinha com a Marina significa que não temos saída, nem eu, nem ela. Não tenho escolha senão trocar fralda, trocar de roupa, dar o leite e fazer todo o resto da rotina sozinha. Quando ela chora e reclama, e ela chora e reclama, não tem outra saída senão fazer logo para terminar rápido. Então, não posso me permitir ficar irritada, não posso deixar a paciência ir embora, e não deixo mesmo. Me mantenho calma, calmíssima. Ela chora e eu não me abalo. Continuo meus afazeres tranquila e serena, explicando para ela numa voz muito natural que é preciso fazer aquilo, que ela troca fralda oito vezes por dia desde o dia em que nasceu e que não vale a pena se estressar por causa disso. Em termos de conteúdo, não sei o que fica. O mais importante é o tom de tranquilidade que eu passo, e que é legítimo. Adoro não me abalar com choros e gritos e momentos estressantes. Adoro fazer isso naturalmente.

Momento atual: Lulu em Fevereiro
Infelizmente, nem sempre conseguimos manter a calma como queremos. E esses últimos dois dias pós-doença têm sido especialmente difíceis. A Marina tem chorado mais que o normal e minha paciência tem se esgotado mais rapidamente, embora eu esteja sozinha e não tenhamos outra saída... Não tenho conseguido evitar, não dá para me controlar. Às vezes, dá vontade de morder e apertar, mas não de um jeito bom. Dá vontade de gritar junto, de perguntar por quê, por que ela não para de chorar. Sei que não é de propósito, que não é para me fazer mal, mas faz. Tento me controlar ao máximo. Quando sinto que estou perdendo a paciência, penso que é só um bebê, que não existe nenhuma maldade no que ela faz, ela só não consegue se comunicar e acaba se frustrando. Imagino como tudo isso também deve ser estressante para ela. Mas pelo menos ela tem uma válvula de escape: grita e chora sem parar. Eu não. Eu engulo, respiro fundo, penso que vai passar, amanhã peloamordedeus, e sigo em frente. Dou a mamadeira, mesmo que leve 25 minutos, mesmo que eu precise puxar a chupeta e forçar um pouco a mamadeira para ela pegar no bico e parar de enrolar. E assim vamos indo, lembrando sempre que tudo isso vale a pena e que filho é, sim, a melhor coisa do mundo. Apesar de tudo!


Nenhum comentário:

Postar um comentário